Buscando em primeiro lugar o Reino

Quero compartilhar que o que mais aparece na minha vida não é o que mais me ocupa. E a música e esse serviço maravilhoso que O Senhor me deu não têm um fim em si mesmo.

Na maioria das vezes em que estou fora do meu círculo mais íntimo de relacionamentos, as pessoas me perguntam e querem saber como faço para cantar adequadamente, qual a minha formação musical, o que fiz para desenvolver as minhas possibilidades vocais, como são as gravações, como preparo meus concertos e recitais de canto e por quanto tempo estudei canto. Também mostram muito interesse sobre programas de ensaios com as bandas da congregação e o que é prioridade nesses ensaios.

O curioso é que ninguém, ou quase ninguém se interessa em saber como eu levo a minha vida conjugal e doméstica no meio de tudo isso!Também não me perguntam como fiz e faço para atender meus dois filhos que estão agora com 13 e 10 anos respectivamente. Amamentei-os até 1 ano o mais velho e 9 meses o mais novo. Cuidei e cuido pessoalmente deles sem delegá-los a outros, ainda que a ajuda de parentes ou babás seja preciosa quando se pode tê-las. Filhos esses os quais meu marido que é um pastor e diácono na congregação onde vivemos e servimos juntos, ensinamos desde hábitos de higiene até estudar, cumprir seus deveres, fazer os temas de casa até buscar e conhecer o Senhor e ter sua própria experiência, vida e compromisso com Cristo.

É surpreendente que ninguém pergunta como faço em meio a gravações, concertos, escalas de músicos que vez ou outra não são cumpridas e eu e/ou meu marido temos que supri-las. Um filho que precisa de ajuda para fazer os temas ou estudar para uma prova. Ou então como faço para ser conhecida e conhecer os colegas e professores dos meus filhos, assim como estar presente nas reuniões de pais e ser Luz de Cristo ali também.

Também jamais alguém me perguntou com que aprendi a cozinhar e como faço para tentar manter um cardápio adequado às necessidades nutricionais do meu marido e filhos e de mim mesma?! (Uns precisam cuidar para não ficarem gordinhos e outros são magrinhos…) E a roupa limpa e em condições de uso para todos diariamente? Não tenho empregada todos os dias. Apenas uma senhora que me ajuda uma vez por semana.

Ou ainda, ninguém pergunta como faço e de que recursos disponho para manter alimentadas e fortalecidas no Senhor um grupo de 55 mulheres que direta e indiretamente discípulo e supervisiono junto ao meu marido na nossa casa. Poderia citar as reuniões semanais com pequenos grupos de discípulos na nossa casa, as hospedagens, a necessidade de visitas a enfermos, e outras coisas mais.

Quero compartilhar que o que mais aparece na minha vida não é o que mais me ocupa. E a música e esse serviço maravilhoso que O Senhor me deu não têm um fim em si mesmo. Também sou grata a Deus por Ele ter me dado um dom e a oportunidade de ter uma formação profissional como musicista e vocalista. Tenho me empenhado a servir com toda a diligência e temor. E, devido a várias dezenas de solos gravados e centenas de “back vocals” gravados junto com um pequeno grupo na Life Produções, é o que mais aparece: a música!

Quero dizer que o mais importante que O Senhor quer de uma mulher na minha condição é que eu seja a auxiliadora idônea do meu marido, a mãe que os meus filhos precisam uma boa dona de casa, mestra do bem, apta para ensinar as mais novas a amarem seus maridos e filhos. E também levar outros à salvação. Gn. 2:18/ Tt. 2: 3b-5/ Mt. 28:18-20

Rm. 14: 17 “Buscai em primeiro lugar o seu Reino e a sua justiça…”. O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo. A paz é Cristo. A alegria é um fruto que é produzido em nós pela Sua habitação. E a justiça é uma vida de retidão. E nossa justiça deve exceder EM MUITO a dos escribas e fariseus (Mt. 5:20. Caso contrário, isto é, se a nossa retidão não exceder em muito a do mundo e a dos “religiosos”, não entraremos no Reino dos céus. E nem o Reino dos céus permanecerá em nós! Pois a maravilha de Deus é que o Reino de Deus não vem com aparência visível. Ele se instala dentro de nós. E essa é a justiça de Deus: uma vida de retidão. O que seria das minhas canções, ou melhor, o que seria de mim se as minhas canções não fossem acompanhadas de uma casa em ordem? E não falo de coisas grandiosas. Falo de uma alimentação feita com carinho, de uma esposa presente e um marido bem suprido e feliz, de filhos obedientes, felizes e também suprida nas suas necessidades mais básicas como uma casa e roupas limpas, de afeto, amor e aconchego. Falo de um lar pronto para receber aos que chegam. Ás vezes apenas com uma pipoca e um chimarrão e outras vezes com um bom churrasco preparado pelo marido com o auxílio da família inteira..

Não que eu já tenha alcançado. Mas essa é a minha busca e o meu alvo. Nisto empenho as minhas forças. Sinceramente: não alcancei ainda na plenitude tudo o que o meu Senhor quer de mim como sua filha, esposa do Everton Tonin, mãe do Esdras e do Lucas. E também a mãe, avó e bisavó espiritual das mulheres anteriormente citadas. Mas prossigo para o alvo com os olhos fitos Naquele de quem vem não somente o querer como o realizar. Gosto muito de cantar e vou fazê-lo até quando o Senhor me permitir. Também gosto muito de falar sobre música.

Mas digo a todos que o meu coração está focado primeiramente no Senhor. Depois, nas demandas mais corriqueiras de uma mulher que é casada e é mãe. Pois essas demandas são profundamente espirituais. Trocar a fralda suja de um bebê ou preparar uma refeição com alegria e gratidão requer de nós um profundo senso do sacerdócio para o qual Deus nos chamou tanto quanto ministrar para uma congregação de milhares de cristãos ou mesmo incrédulos e perdidos sem Deus no mundo.

No nosso cotidiano doméstico, tenho visto Deus realizar grandes e silenciosos milagres. Everton e eu temos juntos buscado o Reino de Deus e a sua justiça. No nosso casamento, na vida dos nossos filhos e no nosso ministério. E isso sempre aconteceu e, provavelmente continuará acontecendo em meio a gravações, concertos, recitais, aulas de canto, preparo de corais, ensaio de músicos, uma viagem aqui, outra ali.

Por: Carmélia Tonin

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