CRISTO: SABEDORIA, JUSTIÇA, SANTIFICAÇÃO, REDENÇÃO

“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. 1 Cor. 1:30

De todos os versículos na Bíblia, esse que agora li para vocês é, acredito, um dos mais compreensivos. Que boas novas ele traz aos crentes! Com que privilégios preciosos os crentes foram dotados! Como eles aqui são levados à fonte de todos esses privilégios, quero dizer, o amor, o amor eterno de Deus Pai! “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.

Sem fazer referência ao contexto, a partir dessas palavras farei o seguinte:

I. Indicarei para vocês a fonte de onde fluem todas aquelas bênçãos das quais os eleitos de Deus participam em Jesus Cristo, “o qual se nos tornou da parte de Deus. .”

II. Considerarei quais são essas bênçãos: “Sabedo­ria, e justiça, e santificação, e redenção”.

Em primeiro lugar, quero indicar que a fonte da qual fluem todas aquelas bênçãos das quais os eleitos de Deus participam em Jesus — “o qual se nos tornou da parte de Deus” é o Pai. É dEle que se fala aqui. Não quer dizer que Jesus Cristo não seja também Deus, mas Deus Pai é a fonte da Deidade; e, se consideramos Jesus Cristo no Seu papel de Mediador, Deus Pai é maior do que Ele. Havia um pacto eterno entre o Pai e o Filho: “Fiz aliança com meu escolhido, e jurei a Davi, meu servo”. Ora, Davi era um tipo de Cristo, com quem o Pai fizera uma aliança, estabelecendo que se Ele obedecesse e sofresse, tornando-se um sacrifício pelo pecado, Ele “veria a sua posteridade e prolongaria os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperaria nas suas mãos”. A esse concerto nosso Senhor Se refere naquela oração gloriosa registrada no capítulo 17 de João, e por isso ora pedindo, ou mesmo reivindicando com plena segurança, todos aqueles que Lhe foram dados pelo Pai: “Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste”. Por essa mesma razão o apóstolo irrompe em louvores a Deus, ao Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ele amou os eleitos com um amor eterno, ou, como nosso Senhor o expressou: “antes da fundação do mundo”. Portanto, para mostrar-lhes a quem deviam a sua salvação, nosso Senhor, no capítulo 25 de Mateus, representa a Si mesmo dizendo: “Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”. Da mesma forma, respondendo à mãe dos filhos de Zebedeu, Ele diz: “Não me compete concedê-lo; é, porém, para aqueles a quem está preparado por meu Pai”. O apóstolo Paulo, portanto, quando aqui fala aos coríntios dos privilégios dos cristãos, para que estes não prestem culto ao seu próprio valor, nem pensem que sua salvação se devia à sua própria fidelidade, ou ao exercício do seu próprio livre-arbítrio, relembra-os que devem olhar para trás para o amor eterno de Deus Pai, em Cristo Jesus, “o qual se nos tornou” etc.

Queira Deus que esse tópico de doutrina fosse levado mais em consideração e que as pessoas estudassem melhor a aliança da redenção, feita entre o Pai e o Filho! Então não haveria tantas disputas contra a doutrina da eleição, nem a ouviríamos condenada (até mesmo por homens bons) como uma doutrina de demônios. Quanto a mim, não vejo como a verdadeira humildade de coração possa ser conseguida sem o conhecimento dessa doutrina; e embora eu não diga que todo aquele que negue a eleição é um homem mau, não deixarei de dizer, juntamente com aquele doce cantor, o Sr. Trail, que é um péssimo sinal. Acho que tal homem, seja quem for, realmente não conhece a si mesmo, pois se negarmos a eleição, estamos, pelo menos em parte, gloriando-nos em nós mesmos. A nossa redenção, no entanto, foi realizada de tal maneira que nenhuma carne pode se gloriar na presença divina; por isso é que o orgulho do homem se opõe a essa doutrina, porque segundo ela, especifi­camente, aquele que se gloria deve gloriar-se somente no Senhor. Mas o que direi? A eleição é um mistério que brilha com tamanho fulgor resplendente que, citando as palavras de alguém que bebeu profundamente do amor segundo a eleição, ofusca os olhos fracos dalguns dos queridos filhos de Deus. Mesmo assim, embora estes não o saibam, todas as bênçãos que recebem, todos os privilégios de que desfrutam ou desfrutarão mediante Jesus Cristo, fluem do amor eterno de Deus Pai. Notem: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.

Em segundo lugar, quero mostrar quais são essas bênçãos que aqui nesta passagem são transmitidas aos eleitos mediante Cristo.

A primeira benção é: Cristo Se tornou sabedoria para eles. No que, então consiste a sabedoria verdadeira? Se eu lhes perguntasse, talvez alguns responderiam: “em satisfazer a concupiscência da carne, e em dizer à sua alma: come, bebe, e se alegre”, essa porém não passa de sabedoria de ignorantes, os quais têm tanto gosto e apetite pelos prazeres sensuais, como o maior epicurista na terra. Outros me diriam que a verdadeira sabedoria consiste em adquirir casas e campos e em chamar as terras pelos seus próprios nomes. No entanto, essa não pode ser a verdadeira sabedoria, pois as riquezas freqüentemente criam asas e voam para longe, como uma águia em direção aos céus. Até a própria sabedoria nos assegura que “a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui”. Vaidade, vaidade, todas essas coisas são vaidade, pois se as riquezas não abandonam o dono, o dono logo terá que deixar as riquezas, “porque os ricos também devem morrer, e deixar suas riquezas aos outros”; suas riquezas não podem livrá-los do sepulcro, para onde todos nós estamos indo rapidamente.

Mas talvez vocês desprezem as riquezas e os praze­res e, portanto digam que a sabedoria é aquela que se acha nos livros. Contudo é possível que saibam contar o número das estrelas e citar os nomes de todas elas, e ainda permaneçam tolos. Os homens cultos nem sempre são sábios; não, a cultura que geralmente recebemos — tão louvada por todos — torna os homens em meros estultos habilidosos. Não querendo deixá-los num suspense, mas intentando humilhá-los ao mesmo tempo, vou mandá-los para uma escola paga, a fim de aprenderem o que é a sabedoria verdadeira. Conhece-te a ti mesmo era o ditado de um sábio da Grécia; essa certamente era sabedoria verdadeira, e semelhante àquela mencionada no texto, o qual diz que Jesus Cristo Se tornou sabedoria para todos os eleitos. Eles são obrigados a conhecerem a si mesmos, de modo que não tenham um conceito elevado de si próprios. Antes estavam nas trevas; agora, são luz no Senhor; e nessa luz, vêem as suas próprias trevas; agora lastimam sua condição de criaturas caídas por natureza, mortas nas transgressões e nos pecados, filhos e herdeiros do inferno, e filhos da ira. Percebem agora que toda a sua justiça é apenas como trapos de imundícia; que não há saúde na sua alma; que são pobres e miseráveis, cegos e nus; e que não há outro nome dado debaixo dos céus, mediante o qual possam ser salvos, senão o de Jesus Cristo. Vêem a necessidade de abraçar o Salvador, e percebem a sabedoria de Deus ao designá-lO para ser Salvador. Além disso, são tornados dispostos a aceitarem a salvação segundo as condições impostas por nosso Senhor, e a recebê-lO como seu tudo; assim Cristo Se lhes torna sabedoria.

A segunda bênção é: justiça. “O qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça”; a totalidade da justiça pessoal de Cristo é imputada a eles e considerada como deles. Sendo capacitados pela fé a firmar-se em Cristo, Deus Pai apaga suas transgressões, como se fossem uma nuvem espessa; dos seus pecados e iniqüidades não Se lembra mais; são feitos justiça de Deus cm Jesus, que é o fim da lei para a justiça de todo aquele que crê. Em certo sentido, Deus agora não vê neles nenhum pecado; a aliança das obras é inteiramente cumprida neles; são realmente justificados, absolvidos e considerados justos aos olhos de Deus; são perfeitamente aceitos no Amado; estão completos nEle; a espada flamejante da ira de Deus, que antes girava em todas as direções, agora é removida, e livre acesso é dado à árvore da vida; são capacitados a estender o braço da fé, colher o fruto, e viver para todo o sempre. É daí que o apóstolo, consciente deste privilégio abençoado, irrompe nessa linguagem triunfante: “é Cristo quem justifica, quem condenará?” O pecado condena? A justiça de Cristo liberta os crentes da culpa do pecado; Cristo é seu Salvador, e Se tornou uma propiciação pelos seus pecados; quem, portanto, intentará acusação contra os eleitos de Deus? A lei condena? Ora, tendo a justiça de Cristo imputada a eles, estão mortos para a lei, a qual era aliança de obras; Cristo a cumpriu para eles, e no seu lugar. A morte os ameaça? Ora, não precisam temer. O aguilhão da morte é o pecado, a força do pecado é a lei; mas Deus lhes deu a vitória, imputando a eles a justiça do Senhor Jesus.

E que privilégio está aqui! Foi com razão que os anjos, na ocasião do nascimento de Cristo, falaram aos humildes pastores: “Eis aqui vos trago boa nova de grande alegria” — a vós que credes em Cristo — “nasceu o Salvador”. E bem podem regozijar-se diante da conversão dos miseráveis pecadores, porque o Senhor é a justiça deles; têm paz com Deus, mediante a fé no sangue de Cristo, e nunca entrarão em condenação. Ó crentes! (pois este sermão se dirige de modo especial a vocês) levantem as suas cabeças; “Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, alegrai-vos”. Cristo Se tornou da parte de Deus, justiça; o que, pois, podem temer? Vocês são feitos nEle justiça de Deus, podem ser chamados: “O Senhor nossa justiça”. De que, pois, podem ter medo? Doravante, o que nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Não. Estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor, que Se nos tornou da parte de Deus justiça.

Esse é um privilégio glorioso, mas é apenas o início da felicidade dos crentes!

A terceira bênção é: Cristo não somente Se tornou justiça para eles, mas também “santificação”. Com “santificação”, não me refiro a uma mera obediência hipócrita às ordenanças externas, (embora os cristãos bem informados considerarão seu dever e privilégio constantemente atender a todas as ordenanças exteriores). Não quero dizer com “santificação” uma simples reforma exterior, nem algumas convicções provisórias, nem um pouco de tristeza; porquanto um homem não santificado pode ter tudo isso — mas, com “santifi­cação” refiro-me a uma renovação total do homem. Pela justiça de Cristo os crentes passam legalmente a ter vida; pela santificação são tornados espiritualmente vivos; pela primeira recebem o direito à glória; pela segunda são tornados dignos da glória. Portanto são santificados inteiramente em espírito, alma e corpo.

Seus entendimentos, que antes eram entenebrecidos, agora se tornaram luz no Senhor; e suas vontades, antes contrárias à vontade de Deus, agora estão em harmonia com ela; suas emoções agora se fixam nas coisas de cima; suas memórias agora estão cheias de coisas divinas; suas consciências agora são iluminadas; seus membros, que antes eram instrumentos da impureza e da iniqüidade, agora são instrumentos da justiça e da verdadeira santidade. Resumindo: são novas criaturas; “as coisas velhas passaram; eis que se fizeram novas” nos seus corações; o pecado já não tem domínio sobre eles; estão libertos do poder do pecado, embora não da sua habitação e da sua existência; são santos tanto no coração quanto na vida, em todas as atividades; são feitos co-participantes da natureza divina e de Jesus Cristo recebem graça sobre graça. Toda graça que há em Cristo é copiada e transcrita para suas almas; são transformados à Sua semelhança; Ele está formado dentro deles; habitam nEle e Ele habita neles; são guiados pelo Espírito, e produzem os frutos do Espírito; sabem que Cristo é seu Emanuel, Deus com eles e neles; são templos vivos do Espírito Santo. Sendo eles, portanto, uma habitação santa ao Senhor, a Trindade habita e anda neles; enquanto aqui na terra estão assentados com Cristo nos lugares celestiais, e por uma fé viva estão vitalmente unidos com Ele — seu Cabeça. O Redentor, seu Criador, é o seu Marido; são carne da Sua carne, osso do Seu osso, falam e andam com Ele assim como um homem fala e anda com seu amigo. Em suma, são um com Cristo, assim como Jesus Cristo e o Pai são um.

Assim, Cristo Se tornou santificação para os crentes. Ó quão grande privilégio é esse! Para serem transformados de feras em santos e, apesar de terem uma natureza diabólica, serem feitos co-participantes da natureza divina; serem trasladados do reino de Satanás, para o reino do Filho amado de Deus — que benção. Para serem despojados do velho homem, que é corrupto, e vestidos do novo homem, que é criado à semelhança de Deus na justiça e na verdadeira santidade — que bênção indizível! Fico atônito ao contemplá-la. É com razão que o apóstolo exorta os crentes a se regozijarem no Senhor; realmente têm motivo para regozijar-se sempre, sim, até mesmo no leito da morte; porque o reino de Deus está dentro deles; são transformados de glória em glória pelo Espírito do Senhor. Este bem pode ser um mistério humanamente falando, pois é um mistério até mesmo para o próprio homem espiritual — um mistério que não consegue sondar. Vocês não ficam freqüentemente com os olhos ofuscados, ó filhos de Deus, ao contemplarem seu próprio brilho, quando a lâmpada do Senhor raia, e seu Redentor levanta sobre suas almas a luz da Sua bendita face? Vocês não ficam atônitos quando sentem o amor de Deus derramado nos seus corações pelo Espírito Santo, e quando Deus estende o cetro dourado da Sua misericórdia, convidando-os a pedir o que querem, o que lhes será dado? Aquela paz de Deus, que guarda e governa o seu coração, não excede os últimos limites de seu entendimento? E a alegria que vocês sentem, não é indizível? Não é cheia de glória? Estou convicto que sim; e na sua comunhão secreta, quando o amor do Senhor se derrama nas suas almas, vocês estão inundados ou, para usar a frase do apóstolo: “cheios de toda a plenitude de Deus”. Não estão prontos a exclamarem, juntamente com Salomão: “E será que o Senhor habitará mesmo com os homens? Como é que seremos assim Teus filhos e filhas, ó Senhor Deus onipotente!”.

Se vocês são filhos de Deus, e sabem o que é ter comunhão com o Pai e com Seu Filho; se vocês andam por fé, e não por vista, tenho certeza de que esta é freqüentemente a linguagem dos seus corações.

Mas olhe para a frente, e veja uma perspectiva ilimitada de felicidade eterna diante de você, ó crente! O que você já recebeu não passa de primícias, como o cacho de uvas trazido da terra de Canaã; somente uma fiança e penhor de coisas infinitamente melhores do porvir: a colheita é futura; a graça que você já recebeu será posteriormente absolvida pela glória. Seu grande Josué, o Sumo Sacerdote misericordioso, dará a você uma entrada abundante na terra da promessa, aquele repouso que aguarda os filhos de Deus, pois Cristo não somente Se tornou da parte de Deus sabedoria, justiça e santificação para os crentes, e sim também a redenção.

Mas, antes de entrarmos na explicação e na contemplação desse privilégio, é necessário aprendermos duas coisas:

Primeira, aprendamos qual o grande erro daqueles escritores e clérigos que, apesar de falarem na santifi­cação e na santidade interior, (como realmente às vezes falam, embora de modo desconexo e superficial) geral­mente a consideram a causa da nossa justificação, em vez de considerá-la o efeito. DEle “sois vós, em Cristo Jesus, o que se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça” e depois, santificação. Ora, a justiça de Cristo, ou aquilo que tem feito em nosso lugar, é a causa única da nossa aceitação diante de Deus, e de toda a santidade operada em nós. É nessa justiça, e não na luz interior, nem em qualquer coisa operada dentro deles, que os miseráveis pecadores devem procurar a justificação à vista de Deus. Por causa da justiça de Cristo exclusivamente, e não por causa dalguma coisa operada em nós, é que Deus nos contempla com favor. Na melhor das hipóteses, a nossa santificação não está completa nesta vida. Embora estejamos libertos do poder do pecado, não estamos libertos da sua existência dentro de nós. No entanto, não somente o domínio do pecado, como também sua existência em nós, é proibida pela lei perfeita de Deus, pois não está escrito: tu não cederás à cobiça, e sim, “não cobiçarás”. Por conseguinte, enquanto o princípio da cobiça permanecer em nosso coração no mínimo grau (embora doutra forma sejamos considerados santos) não poderemos esperar a aceitação diante de Deus. Devemos primeiramente procurar uma justiça fora de nós, a saber, a justiça de nosso Senhor Jesus Cristo. É por essa razão que o apóstolo a menciona e a coloca antes da santificação nas palavras do texto. E quem pregar qualquer outra doutrina, não prega a verdade conforme ela está em Cristo Jesus.

Segunda, aprendamos que os antinomianos e os hipócritas formais podem ser refutados, isto é, aqueles que falam de Cristo sem ter havido uma obra de santifi­cação operada dentro deles. Sejam quais forem as suas pretenções, o Senhor não é justiça deles, sendo que Cristo não está neles, e não têm nenhuma esperança bem fundamentada da glória. Embora a santificação não seja a causa da nossa aceitação por Deus, é o efeito dela; “o qual se nos tornou da parte de Deus justiça e santifi­cação”. Portanto, aquele que realmente está em Cristo, é nova critaura; não se trata de voltar para uma aliança de obras, na qual perscrutamos nosso coração, e, vendo que este é transformado e renovado, daí formar uma certeza consoladora e bem fundamentada da segurança de nosso estado. Não, mas as Escrituras nos ensinam o seguinte: pelos frutos que produzimos devemos julgar se já realmente participamos do Espírito de Deus, ou não. “Sabemos (diz João) que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos”. E por mais que falemos da justiça de Cristo, e exclamemos contra os pregadores legalistas, se não somos santos no coração e na vida, se não somos santificados nem renovados em nossa mente pelo Espírito, enganamos a nós mesmos e não passamos de hipócritas formalistas, pois não devemos separar o que Deus juntou. Devemos conservar o caminho interme­diário entre os dois extremos: não insistir tanto no Cristo exterior a ponto de excluir o Cristo interior, como evidência de pertencermos a Ele, e como preparativo para a felicidade futura; por outro lado, nem depender tanto da justiça ou santidade operadas em nós, a ponto de excluir a justiça de Cristo fora de nós.

A quarta benção é: redenção. “Cristo se tornou… redenção”. Este é o último elo da corrente dourada dos privilégios dos crentes. Diante disso, devemos levantar muito alto os nossos olhos, porque a sua parte superior, tal como a escada de Jacó, chega até ao céu, para onde subirão todos os crentes, e serão colocados à destra de Deus. “O qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.

Esta é de fato uma corrente de ouro! E, o que é melhor de tudo, nenhum elo poderá ser separado dos demais. Se não houvesse outro texto no livro de Deus, só este bastaria para provar a perseverança final de todos os crentes verdadeiros, pois nunca Deus justificou um homem sem o santificar, nem santificou alguém que não redimiu e glorificou completamente. Não. Quanto a Deus, Seu caminho e Sua obra são perfeitos. Ele sempre continuou e terminou a obra que começou. Assim foi na primeira criação, assim também é na nova criação. Quando Deus diz: “haja luz”, há luz que brilha mais e mais até ser dia perfeito, no qual os crentes entram no seu descanso eterno, como Deus entrou no dEle. Aqueles a quem Deus justificou, Ele com efeito glorificou, pois como o merecimento do homem não foi a causa de Deus lhe outorgar a justiça de Cristo, assim também sua falta de merecimento não será o motivo de remover essa justiça. Os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento, e não posso pensar que aqueles que negam a perseverança final dos santos têm noção clara da justiça de Cristo. Receio que eles entendem a justificação naquele sentido baixo em que eu mesmo a entendia há poucos anos, como sendo nada mais do que a remissão dos pecados. Entretanto, não somente significa a remissão dos pecados passados, mas também um direito constitutivo a todas as coisas boas do porvir. Se Deus nos tem dado o Seu Filho, como não nos dará com Ele livremente todas as coisas? Por isso, o apóstolo, depois de dizer “o qual se nos tornou da parte de Deus justiça”, não diz: talvez Ele nos seja feito santificação e redenção, e sim que Ele já Se tornou essas coisas, pois há uma conexão eterna e indissolúvel entre esses privilégios abençoados. Da mesma maneira como a obediência de Cristo é imputada aos crentes, a Sua perseverança naquela obediência é também imputada a eles. Levantar objeções contra isso evidencia grande ignorância da aliança da graça e da redenção.

Com a palavra “redenção” não devemos entender que apenas significa uma libertação completa de todo o mal, mas implica também em pleno desfrute de todo o bem, tanto no corpo quanto na alma. Isso mesmo: tanto no corpo quanto na alma, pois o Senhor também é para o corpo. Os corpos dos santos nesta vida são templos do Espirito Santo. Deus faz uma aliança com o pó dos crentes; depois da morte, embora os vermes os destruam, mesmo na sua carne verão a Deus. Receio realmente que existem em nossos dias alguns saduceus, ou pelo menos hereges, que dizem que não há ressurreição do corpo, ou que a ressurreição já se foi, a saber, na nossa rege­neração. Daí acontecer que a vinda do nosso Senhor pessoalmente no dia do Juízo, é negada; conseqüen­temente, devemos descartar a ordenança da Ceia do Senhor. Por que, então, devemos lembrar-nos da morte do Senhor até que Ele venha para o juízo, se Ele já veio julgar os nossos corações, e não virá segunda vez? Mas isso se trata apenas do raciocínio de homens ignorantes e instáveis, que certamente não sabem o que dizem nem entendem o que afirmam. Reconhecemos livremente que devemos seguir nosso Senhor na regeneração, participar do novo nascimento, ter Cristo em nossos corações, e esperamos, ao falarmos dessas coisas, que não falamos mais do que conhecemos e sentimos. Ao mesmo tempo, fica claro que Jesus Cristo virá futuramente para o julgamento, e que Ele subiu ao céu com o corpo que tinha aqui na Terra, pois, após a Sua ressurreição Ele disse, “Apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho”. É evidente que a ressurreição de Cristo foi um penhor da nossa, porquanto o apóstolo declarou: “Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”. Como em Adão todos morrem e estão sujeitos à morte, assim também todos que estão em Cristo (o segundo Adão) que representa os crentes como cabeça federal, certamente serão vivificados ou ressuscitarão em seus corpos no último dia.

Aqui, pois, ó crentes, está um dos graus, embora seja o mais baixo, daquela redenção da qual vocês participarão futuramente; refiro-me à redenção dos seus corpos. “Convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista de imortalidade” (I Cor. 15:53). Seus corpos, bem como suas almas, foram dados a Jesus Cristo pelo Pai. Eles têm sido companheiros nas vigílias, nos jejuns e nas orações. Seus corpos, portanto, assim como suas almas, serão ressuscitados por Jesus Cristo no último dia. Por isso, não temam, irmãos, em olhar para a sepultura, pois para vocês não é mais do que um dormitório consagrado, onde seus corpos dormirão quietamente até à manhã da ressurreição. Então, quando soar a voz do arcanjo, e a trombeta de Deus der o sinal definitivo: “Levantai-vos, ó mortos, e vinde para o juízo”, a terra, o ar, o fogo, e a água devolverão vossos átomos espalhados, e tanto no corpo quanto na alma vocês estarão para sempre com o Senhor. Não duvido que muitos de vocês estejam gemendo com corpos doentios, queixando-se que o corpo mortal é um fardo para a alma imortal. Pelo menos é esse o meu caso, mas tenhamos um pouco de paciência, e logo seremos libertos das nossas prisões terrestres; dentro em breve estes tabernáculos de barro serão dissolvidos e seremos revestidos da nossa casa que é celestial. A partir dai nossos corpos serão espiritualizados e, longe de serem empecilhos para nossas almas por causa da sua fraqueza, tornar-se-ão fortes. Tornar-se-ão tão fortes que agüentarão um imenso e eterno peso de glória. Outros, ainda, talvez tenham corpos deformados, enfraquecidos pela enfermidade e esgotados pela labuta e a velhice, mas esperem um pouco até que venha sua mudança aben­çoada mediante a morte. Então seus corpos serão renovados e tornados gloriosos, como o corpo glorioso de Cristo, sobre o qual podemos formar uma pálida idéia com base no relato da transfiguração de nosso Senhor do Monte, “O Seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz” (Mat. 17:2).

Com razão, portanto, o crente pode irromper na linguagem triunfante do apóstolo: “Onde está, ó morte, a tua vitória? onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (I Cor. 15:55).

Mas o que é a redenção do corpo em comparação com a parte melhor, a nossa alma? Devo, portanto, dizer-lhes, irmãos, o que o anjo disse a João, “Sobe aqui”, para obterem a visão mais clara possível da redenção que Cristo comprou para vocês, e que logo lhes dará como fato consumado. Vocês já estão justificados, já estão santificados, e portanto estão libertos da culpa e do domínio do pecado; mas, conforme já observei, o pecado ainda existe e habita em vocês. Deus acha por bem deixar alguns amalequitas na terra, para manter Seu Israel ativo. Estou convicto de que o cristão mais perfeito deve concordar que, segundo um dos nossos artigos de fé: “a corrupção da natureza permanece até mesmo nos regene­rados; que a carne sempre luta contra o espírito, e o espírito contra a carne”. Sendo assim, os crentes não podem fazer coisas para Deus com a perfeição que desejam. Esse fato aflige suas almas justas dia após dia e leva-os a exclamar com o grande apóstolo: “Quem me livrará do corpo desta morte?” Dou graças a Deus que nosso Senhor Jesus o fará, mas não de modo completo antes do dia da nossa morte. Então será destruída a própria existência do pecado, e a corrupção inata que em nós habita será eternamente desfeita. E não é esta uma grande redenção? Tenho certeza que os crentes assim a consideram, pois não há nada que mais entristece o coração de um filho de Deus do que os restos do pecado que nele habita. Demais disso, os crentes freqüentemente sentem pesar por causa de numerosas tentações. Deus acha que é necessário e bom que eles sejam assim, e embora sejam altamente favorecidos e imersos na comunhão com Deus, até mesmo ao terceiro céu, ainda assim um mensageiro de Satanás é freqüentemente enviado para esbofeteá-los, para não ficarem ensoberbecidos com a abundância das revelações. Mas não fiquem abatidos, nem tenham a mente desfalecida, pois aproxima-se o tempo da sua redenção completa. No céu o maligno cessará de perturbar vocês e suas almas abatidas desfrutarão do repouso eterno; os dardos inflamados de Satanás não podem alcançar aquelas regiões de bem-aventurança. Satanás nunca mais voltará para apresentar-se juntamente com os filhos de Deus, nem para perturbá-los, nem para acusá-los, depois do Senhor Jesus Cristo fechar a porta. Dia após dia suas almas justas são afligidas diante da conversa ímpia dos transgressores; agora o joio cresce no meio do trigo, os lobos aparecem vestidos como ovelhas, mas a redenção mencionada no texto libertará suas almas de todas as ansiedades decorrentes de tais coisas. A partir de então, vocês desfrutarão de uma perfeita comunhão de santos; nada que é impuro ou profano entrará no santo dos santos, que lhes é preparado lá em cima. De todas as formas do mal vocês serão libertos, quando a sua redenção for aperfeiçoada no céu. Não somente isso, também entrarão no pleno gozo de todo o bem. É verdade que nem todos os santos terão o mesmo grau de felicidade, mas todos serão tão felizes quanto seu coração possa desejar. Crentes: vocês julgarão os anjos maus, e terão conversação familiar com os anjos bons; vocês se assentarão juntamente com Abraão, Isaque, Jacó e todos os espíritos dos justos aperfeiçoados, e para resumir toda a sua felicidade numa só palavra, vocês verão Deus Pai, Filho, e Espírito Santo. E, ao verem a Deus, ficarão cada vez mais semelhantes a Ele, e passarão de glória em glória para toda a eternidade.

Mas preciso parar. As glórias dos lugares celestiais entram na minha alma tão rapidamente, e em tão grande medida, que fico engolfado na contemplação delas. Irmãos, a referida redenção é inefável; o olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no coração dos homens mais santos que existem, conceber quão grande ela é. Se eu fosse entreter-lhes durante eras inteiras com um relato dela, vocês, ao chegarem ao céu, teriam que dizer conforme a rainha de Sabá disse: “Nem metade, nem a milésima parte nos foi contada”. Tudo quanto podemos fazer nesse caso é subir ao monte Pisga, e, com o olho da fé, contemplar uma vista distante da terra prometida. Podemos vê-la de longe, como Abraão viu a Cristo, e nos regozijar nela; mas aqui somente a conhecemos em parte.

Louvado seja Deus, porque virá um tempo em que o conheceremos conforme somos conhecidos, e Ele será tudo em todos. Senhor Jesus, completa o número dos Teus eleitos! Senhor Jesus, apressa a vinda do Teu reino!

E agora, onde estão os zombadores destes últimos dias, os quais consideram loucura a vida dos cristãos, e sem honra o fim deles? Infelizes! Vocês não sabem o que fazem! Se tivessem os olhos abertos e sentidos para discernir as coisas espirituais, vocês não profeririam todo tipo de maldades contra os filhos de Deus, mas os estimariam como as pessoas excelentes da terra, e invejariam a felicidade deles. Suas almas teriam fome e sede dessa felicidade; vocês também se tornariam fanáticos por amor a Cristo. Vocês se jactam da sua sabedoria; assim faziam os filósofos em Corinto. Todavia a sua sabedoria é estultícia aos olhos de Deus. Para o que lhes servirá a sua sabedoria, se não os tornar sábios para a salvação? Podem, com toda a sua sabedoria, propor um esquema mais consistente sobre o qual edificar suas esperanças da salvação, do que aquele que agora lhes foi proposto? Podem, com toda a força da razão natural, achar um meio melhor de aceitação com Deus, do que mediante a justiça do Senhor Jesus Cristo? É certo pensarem que suas próprias obras poderão dalguma maneira merecê-la ou obtê-la? Caso contrário, por que não querem crer nEle? Por que não se submetem à Sua justiça? Vocês podem negar que são todos criaturas caídas? Vocês não percebem que estão cheios de distúrbios, e que esses distúrbios os tornam infelizes? Não percebem que não podem transformar seus próprios corações? Já não fizeram resoluções muitas e muitas vezes, e suas corrupções não continuaram a ter domínio sobre vocês? Acaso não são escravos das suas concupiscências, e o diabo não os leva presos segundo a vontade dele? Por que razão não querem vir a Cristo para receberem a santificação? Vocês não desejam ter uma morte como a dos justos, a fim de que tenham um estado futuro igual ao deles? Estou convicto de que não podem agüentar a idéia de serem aniquilados, e muito menos de ficarem eternamente desgraçados. Apesar daquilo que fingem, vocês deverão confessar, se falarem a verdade, que suas consciências os acusam nos momentos mais graves, ainda que não queiram, e até mesmo constrangem vocês a reconhecer que o inferno não é nenhuma ficção. E por que, então, não querem vir para Cristo? Somente Ele pode obter para vocês a redenção eterna. Corram para Ele, pobres pecadores iludidos! Falta-lhes sabedoria; peçam-na a Cristo. Quem sabe, Ele a dará a vocês? Ele pode concedê-la, pois Ele é a sabedoria do Pai — é aquela sabedoria que foi desde a eternidade. Vocês não possuem justiça; recorram a Cristo, portanto. Ele é o fim da lei para a justiça de todo aquele que crê. São ímpios; fujam para o Senhor Jesus. Ele está cheio de graça e de verdade, e da Sua plenitude poderão receber todos quantos nEle crêem. Parece que vocês têm medo de morrer; que esse fato os impulsione a Cristo, Ele tem as chaves da morte e do inferno; nEle há redenção abundante. Por isso, que o raciocinador enganado não se jacte do seu pretenso raciocínio. Seja o que for que pensem, é a coisa mais desarrazoàda no mundo deixar de crer em Jesus Cristo, a quem Deus enviou. Por que amigos, por que vocês hão de morrer? Por que não querem vir para Ele, a fim de terem vida? Ah, todos vocês que têm sede, venham às águas da vida e bebam gratuitamente; venham, comprem sem dinheiro e sem preço. Se aqueles privilégios abençoados que nosso texto menciona pudessem ser comprados com dinheiro, vocês poderiam dizer: somos pobres, e não podemos comprar; ou se fossem outorgados somente a pecadores de tal categoria ou posição social, vocês poderiam dizer: como poderão pecadores, tais como nós, esperar que sejam tão altamente favorecidos? Entretanto, Deus dá esses privilégios gratuitamente aos piores pecadores. Foram dados a nós, diz o apóstolo — a mim, um perseguidor, a vocês, coríntios, que eram impuros, beberrões, cobiçosos, idolatras. Por isso, cada miserável pecador pode perguntar: por que não a mim, então? Cristo teria uma só bênção para dar? E que dizer se Ele já abençoou a milhares de pessoas, ao desviá-las das suas iniqüidades? Todavia, Ele continua o mesmo. Ele vive para sempre a fim de interceder, e, portanto, abençoará a vocês, mesmo a vocês também. Embora, de modo semelhante a Esaú, vocês tenham sido profanos, e até agora tenham desprezado a primogenitura proveniente do seu Pai celestial, mesmo hoje, se crerem, Cristo Se tornará da parte de Deus para vocês “sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.

Mas preciso falar novamente aos crentes, cuja instrução, conforme salientei antes, este sermão visa especialmente. Vejam, irmãos, participantes da vocação celestial, que grandes bênçãos estão entesouradas para vocês em Cristo Jesus, seu cabeça, e os direitos que possuem ao crerem no Seu nome. Tomem cuidado, portanto, para andarem na dignidade da vocação com que foram chamados. Pensem freqüentemente nos grandes favores que receberam, e lembrem-se: vocês não escolheram a Cristo, mas Cristo escolheu a vocês. Revistam-se (como eleitos de Deus) de humildade de coração, e gloriem-se somente no Senhor, pois vocês nada possuem a não ser aquilo que receberam da parte de Deus. Por natureza, vocês eram tão estultos, tão legalistas, tão ímpios, e estavam numa condição tão condenável como os demais. Sejam misericordiosos, portanto, sejam corteses, e, visto que a santificação é uma obra progressiva, acautelem-se de pensar que já alcançaram tudo. Aquele que é santo, continue sendo santo; sabendo que aquele que é mais puro de coração, desfrutará futuramente da visão mais nítida de Deus. Que o pecado que habita em vocês seja sua preocupação diária; não somente lastimem e lamentem, mas cuidem de subjugá-lo diariamente pelo poder da graça divina. Olhem sempre para Jesus como sendo o consumador, e não somente o autor, da sua fé. Não se firmem na sua própria fidelidade, e sim na imutabilidade de Deus. Cuidem em não pensar que vocês estão firmes pelo poder do seu próprio livre-arbítrio. O amor eterno de Deus Pai deve ser a única esperança e consolo que vocês têm. Que esse amor os sustente em todas as provações. Lembrem-se de que os dons e a vocação de Deus são sem arrepen­dimento; que Cristo, tendo amado vocês, os amará até o fim. E que isto constranja vocês a obediência, e os faça anelar por aquele tempo abençoado quando Ele será não somente sua sabedoria, justiça e santificação, mas também sua redenção completa e eterna. “Glória a Deus nas alturas!”

CRISTO

Sabedoria

Justiça

Santificação

Redenção

“Em CRISTO estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” (Col. 2:3)

“CRISTO — justiça nossa.” (Jer. 23:6)

“… temos sido santificados pela oblação do corpo de JESUS CRISTO…” (Heb. 10:10)

“Em CRISTO temos a redenção pelo seu sangue…” (Col. 1:14)

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