Cinco Necessidades de um Pregador

Em minhas devoções particulares, freqüentemente oro por cinco necessidades. Eu as registro aqui a fim de que outros possam beneficiar-se delas.

Primeiramente, pureza. Não é suficiente ter obtido uma vez a experiência abençoada da pure­za de coração. Não, eu necessito encontrar o Senhor freqüentemente e sentir sua pureza sur­gindo por entre meu ser. Isto implica pureza não só de coração, mas também de pensamento e ação. Ao deixar uma pessoa ou uma casa, preciso deixá-la tão pura quanto a encontrei, em melhor estado, se possível. Em resumo, preciso ser puro no espírito, na aparência e no contato com os outros — um genuíno representante de Jesus.

Em segundo lugar, humildade. Querido Deus, faze-me verdadeiramente humilde; tão humilde a ponto de refletir a tua humildade e não ter consciência de que eu sou humilde; e no entanto, faze com que outros sejam reprovados e inspira­dos ao contemplarem tua mansidão em mim. Assim como Andrew Murray diria: “Permite que eu tenha quietude de alma. Não permitas que eu esteja jamais preocupado, irritado, zangado ou desapontado. Oro a fim de que nada eu espere e não me assombre em face de nada que se faça a mim. Oro para que não venha a sentir ressentimento por qualquer coisa feita contra mim; sen­tir-me tranqüilo quando não for elogiado, ou quando for censurado ou menosprezado. Peço que eu tenha um lar abençoado no Senhor, aonde eu possa ir, cerrar a porta e falar em secreto com meu Pai. Peço um lugar onde eu possa estar em paz, como num profundo mar de tranqüilidade, quando tudo ao redor for inquietante.”

Em terceiro lugar, caridade. Por caridade pretendo dizer que desejo ser tão generoso que pensarei o melhor a respeito das ações de outros. Por favor, protege-me do espírito crítico, a fim de que a reputação de outros esteja segura em minhas mãos. Senhor não permita que me seja fácil, ao pregar ou ao conversar, sair de meu caminho para lançar uma imagem obscura sobre alguém que não possa justificar-se. Permite-me sempre praticar a Regra Áurea: “como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.”

Em quarto lugar, castidade.  Quero ser tão casto que tudo quanto tiver vestígios de grosseria ou insinuação não tenha guarida em mim. Não devo chocar a mais refinada pessoa com coisa alguma que atinja o limite da frouxidão ou rudeza. Não permitas jamais que eu venha a usar no púlpito linguagem ou gestos que possam aviltar o evangelho do Filho de Deus.

Quinto, brevidade. Faze-me saber quando e como parar. Receio que às vezes eu pregue para pessoas sob convicção, e depois minha pregação as desvie do caminho. É melhor que ou não termine meu sermão o faça um apelo frutífero, do que pregar dez minutos a mais e perder uma alma sedenta. Mais de uma vez, eu comecei no Espírito e receio ter terminado na carne. Em outras palavras, atingi um clímax e fracassei em puxar a rede rapidamente. Alguns peixes escaparam. Que pena! Senhor, tem compaixão! Uma vez mais suplico por pureza, humildade, caridade, castidade e brevidade.

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