O céu: doce lar dos filhos de Deus

“Damos sempre graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes para com todos os santos; por causei da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós; como tam­bém em todo o mundo está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouviste e entendestes a graça de Deus na verdade” (Colossenses 1:3-6).

Nota especialmente o versículo quinto:

“… por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho…”

Estando a liderar uma cruzada evangelística, há algum tempo atrás, na parte ocidental do estado de Pensilvânia, uma situação de emergência me encontrou a dirigir um automóvel com cinco membros da igreja até um cemitério, para dirigir um culto de sepultamento. Quando estávamos para ultrapassar o alto de uma colina, justamente na saída da cidade, uma das irmãs disse: “Irmão Sumner, note a fazenda do lado direito da estrada, quando chegarmos bem no alto desta colina”. Ali chegando, observei uma fazenda muito atrativa, com grandes celeiros e uma linda casinha antiga. Mais ao sul da habitação antiga, havia uma casa muito bonita, nova, espaçosa, estilo rancho e feita de tijolos. Ali, informaram-me, era a propriedade de um próspero, mas profano cavalheiro, que havia amontoado considerável fortuna, especializando-se na criação de gado.

Um dos homens, que trabalhara na construção da casa nova, disse-me posteriormente que uma estimativa razoável de seu custo era USD 1.000.000,00. Também relatou como o orgulhoso criador de gado havia ficado de joelhos a fim de mostrar-lhe quão profundamente poderia fazer sua mão mergulhar no lindo, fofo, grosso tapete da sala de estar, que ia de uma parede à outra. No entanto, disseram-me as irmãs, depois que aquele homem se mudara para a mansão cuidadosamente mobiliada, há poucas semanas, só viveu ali dois dias, antes de morrer de um ataque de coração na Prefeitura da cidade. Havia construído uma casa de USD 1.000.000,00, mas tinha vivido ali apenas dais dias!’

Como esse incidente impressionou novamente a minha men­te, poderosamente, sobre a importância absoluta de ter minha mansão principal no Céu, e de depositar meus principais tesou­ros naquela terra que é mais linda que o dia! Graças a Deus que qualquer pessoa pode possuir um lar de valor muito superior a apenas cento e vinte milhões de cruzeiros, e isso não apenas por dois dias, dois anos ou mesmo duzentos anos, mas durante todo o tempo em que a eternidade interminável estiver rolando — uma mansão no Céu!

Já paraste alguma vez para meditar sobre quão pouco a Palavra de Deus nos fala sobre o Céu? Ela tem muito mais a dizer acerca do inferno, e mesmo aquilo que revela sobre o Céu, em sua maior parte é o que não haverá ali, e não o que haverá. São os “não mais” de Apocalipse 21 que nos dizem que não haverá mais choro, nem dor, nem morte, nem enfermidade, nem tristeza, nem templo, nem sol, nem lua, nem noite, nem portões fechados durante o dia. Francamente, não há muitas informações sobre o Céu, na Bíblia.

Entretanto, aquilo sobre o que somos informados é tre­mendo. É como Jó disse a respeito de Deus: “Quem faz grandes cousas, que se não podem esquadrinhar, e maravilhas tais que se não podem contar” (Jó 9:10). Há grandes coisas a respeito do Céu, que ultrapassam toda imaginação, e maravi­lhas sem conta; no entanto, Deus achou por bem revelar apenas um número limitado delas para nós. Evidentemente Ele não quer que saibamos demais acerca do paraíso que nos está preparando.

Em II Coríntios 12:2-4, Paulo refere-se a certo homem que certa ocasião, em Espírito, foi ao céu e voltou. A maioria dos estudiosos da Bíblia sente que o apóstolo estava falando sobre uma experiência pela qual ele mesmo passara, ao ser apedrejado e abandonado como morto, fora da cidade de Listra. Quem quer que tenha sido esse homem, Paulo descreve o caso como se segue: “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu, se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe. E sei que o tal homem, se no cor­po ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe, foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não são lícitas ao homem referir”.

Essencialmente, Paulo estava a dizer: “Fui arrebatado até o Céu, ao paraíso, e vi coisas indizíveis. Gostaria de poder contar-vos tudo, mas Deus não me permite fazê-lo. As coisas que vi e ouvi no Céu, Ele não me permite que escreva nesta carta e descreva para vós”. Porém, ao mesmo tempo em que propositalmente, Deus ocultou muita informação sobre o Céu, as coisas que Ele revelou — conforme somos relembrados em Deuteronômio 29:29 — “… nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre…”

Nesta mensagem desejo que possamos contemplar a pre­ciosa Palavra de Deus, a fim de considerarmos algumas das coisas que Ele nos tem revelado acerca da “esperança que vos está preservada nos céus”. Deixa-me pintar algumas poucas cenas, sobre a tela de tua mente, para melhor te familiarizar com aquela terra que as Escrituras chamam de Paraíso, Céu, Mansão do Pai e Nova Jerusalém.

Em primeiro lugar:

I.  O Céu — Um Lar Real e Permanente

O Senhor Jesus Cristo disse aos Seus discípulos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Em outras palavras: Tivestes fé no Jeová do Antigo Testamento; crede em Mim como creste Nele. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também” (João 14:1-3).

Sim, o Céu é um lugar! Ele mesmo disse: “… vou pre­parar-vos lugar” — um lugar real, literal e eterno — “Se assim não fora, eu vo-lo teria dito”. Alguém já fez a observação de que o Céu é um lugar preparado para um povo santificado, e assim é efetivamente! Está sendo atualmente preparado pelo Salvador, para o povo que’ Ele mesmo tem convidado, mediante a regeneração, tornando-o novas criaturas, em Cristo Jesus. É um lugar que está sendo aprontado pelo Filho de Deus, para aqueles que tiverem depositado sua fé e confiança Nele, cujos pecados foram lavados pelo sangue do Cordeiro, morto há mais de 1.900 anos. Sim, o Céu é um lugar preparado.

O Céu é mais do que simplesmente um lugar; é um lugar perfeito. Todos quantos percebem o quanto Deus pode fazer, que compreendem algo sobre Seu poder onipotente, sabem que o Céu terá de ser um lugar perfeito, já que é preparado por Ele. Até hoje, Deus nunca enganou ninguém; o Senhor Jesus jamais fez qualquer coisa mal feita, de tudo quanto tem realizado. Por conseguinte, podes estar certo de que Ele não falhará no que se refere ao Céu. Será um lugar perfeito.

O Céu será um lugar perfeito no sentido de que nada jamais poderá desvirtuá-lo. Nada haverá ali capaz de contaminá-lo ou estragá-lo. No capítulo 21 do livro de Apocalipse, depois de descrever algumas das glórias da Jerusalém do Céu, disse Deus: “Nela nunca, jamais, penetrará cousa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no livro da vida do Cordeiro” (versículo 27). O Céu está “fora do alcance” para o pecado e para os pecadores de toda espécie e condição. Satanás jamais entrará no Céu. Os demô­nios jamais ingressarão no Céu. Os anjos caídos, que não con­servaram seu primeiro estado, nunca entrarão no Céu. Deus tem prometido que nada capaz de contaminar, de servir de abominação, entrará jamais naquela cidade celestial.

Quando Deus criou nosso mundo, disse acerca de tudo quanto fizera — a terra, os animais, o homem e tudo o mais — “é bom”! E esta terra, com todos os seus habitantes, era perfeita em sua criação original. Porém, quando Satanás, o destruidor, o enganador, o operador de abominações, entrou, veio semear sua obra arruinadora. Foi através desta interfe­rência e da entrada do pecado, pelo planejamento do mestre Satanás, que a criação terrena perfeita de Deus foi desvirtuada. Satanás, a serpente, nunca erguerá, entretanto, sua feia cabeça no santo Céu de Deus! O arquiinimigo de Deus nunca terá oportunidade de desviar, pela sua sutileza, os habitantes da Glória! Ali nada entrará capaz de contaminar. Ali ninguém jamais penetrará para pecar. O Céu será absolutamente perfeito nesse sentido.

E não somente isso, mas o Céu será perfeito no sentido que ali nada faltará, nada necessário será deixado de fora. Nós, à semelhança do criador de gado do Estado da Pensilvânia, mencionado no começo desta mensagem — embora possivel­mente não de modo tão elaborado e caro — imaginamos a casa de nossos sonhos aqui nesta terra. Planejamos, esquematizamos, trabalhamos, durante meses ou anos, para traçar a planta de uma casa, que julgamos nos seja ideal. Porém, logo que a terminamos e entramos nela para morar, descobrimos com tris­teza que uma das portas abre-se para o lado errado, ou que um armário está num lugar inconveniente do dormitório, ou que deveria haver uma porta, onde não há. Não moramos muito tempo em nossas sonhadas casas terrenas antes de se tornarem óbvias suas falhas e faltas. Em nosso lar celestial, porém, não há falhas, nem faltas, nem equívocos.

O Céu também é perfeito no sentido de suas glórias, de suas belezas, de suas maravilhas. Quando pensas um pouqui­nho sobre as paredes de jaspe claro como cristal, quando meditas um momento sobre portões de pérola sólida, quando pon­deras sobre ruas de ouro puro, como vidro transparente, quan­do permites que a percepção dessas tremendas verdades se apos­se de teu coração e de tua alma, com a maravilha de sua bele­za, então és constrangido a clamar com a admiração dos canto­res sulistas, “Quão belo não deve ser o Céu!”

Quando consideras uma pequena pérola, do tamanho de uma bala — que vale alguns milhares de dólares — e consi­deras sua perfeição, e então percebes que cada um dos doze portões da Glória é feito de uma pérola sólida que se eleva até às proporções gigantescas de “cento e quarenta e quatro côvados” e absolutamente livres de qualquer falha, quando pen­sas em seu brilho combinado, refletindo a glória do Filho de Deus, que brilha muito mais que o sol em nosso firmamento, e em seguida contemplas as belezas do rio da vida, as mansões que compõem a cidade de Deus e as outras glórias indescrití­veis daquela terra maravilhosa, então começas a perceber, um pouco mais, quão perfeito deve ser o Céu, no sentido de glória, resplendor, maravilha e beleza.

Porém, o Céu não é apenas um lugar, não é apenas um lugar perfeito, mas é igualmente um lugar perfeito e perma­nente. Somos relembrados em Hebreus 13:14: “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir”. Não têm havido cidades permanentes neste mun­do e nem jamais as haverá. Pensa sobre Atenas, Cartago, Babilônia, Nínive, Corinto e outras cidades poderosas, esplendorosas, fascinantes, dos dias do passado.  Uma por uma en­velheceram e decaíram; todas decaíram completamente ou são atualmente apenas uma sombra de sua glória anterior. Então pensa sobre Moscou, Londres, Nova Iorque, Washington, Ber­lim, Paris, Tóquio, Chicago, São Paulo e outros centros cosmopolitas mundiais em nossos dias, percebendo que também chegará o dia quando não mais existirão.  Está aproximando-se o tempo, quando serão transformadas em nada, quando até sua memória será esquecida.

No entanto, a cidade de Deus permanece para sempre! Ela existirá para sempre e jamais cairá, nem decairá, nem se desgastará. E nem será conquistada e arruinada aquela cidade. Trata-se de uma cidade que é uma moradia permanente, eterna. Não admira que Hattie Buell tenha escrito a seu respeito:

“Não importa que eu more numa tenda ou numa casinha.

Um palácio está sendo construído para mim, lá.

Embora longe do lar, posso cantar,

‘Glória a Deus, sou filho do Rei'”

Agora, deixa-me mostrar-te outra cena bíblica:

II.    O Céu — Um Céu de Descanso

Somos informados, em Hebreus 4:9: “Portanto, resta um repouso para o povo de Deus”.

Uma coisa haverá ali em nossa cidade celestial — descanso do pecado. Apocalipse 21:27 declara: “Nela nunca, jamais, pe­netrará cousa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos no livro da vida do Cordeiro” .

I João 3 :2 penetra ainda mais profundamente nessa verdade, quando afirma: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é”. No que diz respeito ao nosso pecado e à nossa natureza pecaminosa, desaparecerão para todo o sempre! A corrupção revestir-se-á da incorrupção, o mortal revestir-se-á da imortalidade e nossa natureza pecaminosa cheia de ira e tristeza será completamente destruída.   Richard Baxter expressou-o admiravelmente bem:

“Meu conhecimento daquela vida é pequeno,

O olhar da fé mo vê claramente,

Mas é suficiente saber que Cristo tudo conhece,

E que eu serei como Ele”

O Senhor Jesus Cristo nunca cometeu um único pecado, e nós seremos semelhantes a Ele.    Ele nunca falou desavisadamente, nem qualquer dolo jamais foi encontrado em Sua boca. Ele nunca falhou em qualquer das coisas que o Pai O enviou a fazer: Nunca teve um pensamento impuro, nem cometeu um ato profano. Ele nunca pecou seja no que for, em qualquer lugar, em qualquer ocasião, sob quaisquer circunstâncias. E nós seremos semelhantes a Ele! Quando entrarmos na cidade de Deus, todo pecado e fracasso ficarão para sempre no passado. Nossa natureza pecaminosa terá então sido destruída, e somente a natureza divina, que nos foi concedida por meio da regene­ração, é que permanecerá.

Quantas e quantas vezes somos compelidos a buscar nossas câmaras secretas e, com o rosto banhado em lágrimas, confes­sar nossos pecados. Por muitas e muitas vezes — e freqüente­mente por causa dos mesmos pecados, das mesmas iniqüidades repetidas — temos sido forcados a reconhecer nossos fracassos. Temos admitido, vezes sem conta, que Ele nos deu algo em que nos apoiamos, mas deixamos de o utilizar. Que Ele nos tem dado alguma batalha em que devemos combater, alguma forta­leza para conquistar, vitórias para obter — mas temos decep­cionado completamente ao Senhor. No Céu, entretanto, não haverá fracassos, não haverá necessidade de confessar pecados. Nunca haverá mais outra ocasião, durante toda a eternidade interminável, em que lágrimas escorrerão pelos nossos rostos abaixo, por causa de nossas ações erradas. O Céu é um lugar onde haverá descanso no que tange ao pecado.

E não apenas isso, mas o Céu é igualmente um lugar de descanso, no que respeita ao trabalho. É-nos dito em Apoca­lipse 14:13: “Então ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Se­nhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fa­digas, pois as suas obras os acompanham”.

Qualquer dia desses, tu e eu, que conhecemos a Cristo como Salvador pessoal, depositaremos nossa espada e nosso escudo à beira do rio, e penetraremos na Glória, ou através do vale da sombra da morte, ou por ocasião do arrebatamento dos filhos de Deus, quando Cristo voltar. Então não estudaremos mais a arte da guerra — não haverá mais batalhas, não have­rá mais lutas contra a injustiça, não haverá mais ataques em grande escala contra as forças de Satanás — e todos os nossos gritos de guerra se transformarão em cânticos de paz e vitória.

Descansaremos também de toda tristeza. Naquela linda terra haverá doce descanso de todo choro, desapontamentos, corações entristecidos e todas as misérias, que perseguem nossos passos, aqui neste mundo. Apocalipse 21:4 nos fala sobre o Céu nestes termos: “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram”.

Nossos planos freqüentemente não correm como pensávamos, aqui neste mundo. Quantos desapontamentos experimen­tamos, quanta dor de coração, quantas lágrimas, quanta triste­za causada pela separação e pelo pecado! Ali, entretanto, não haverá mais lágrimas, nem haverá mais choro. Alguém já su­geriu que nossos corpos glorificados não terão mais glândulas lacrimais, visto que não necessitaremos mais delas ali. O pró­prio Cordeiro enxugará a última lágrima de nossos olhos e a tristeza não mais existirá.

Então, conforme Apocalipse 21:4 nos indica igualmente, também gozaremos de descanso de toda dor e sofrimento físicos. Quanta doença e enfermidade, quanta aflição física, quanta de­formação e coisas semelhantes, sofremos nesta vida. Porém, no Céu, todas essas coisas terão desaparecido para sempre. Romanos 8:18-19 nos fala sobre a redenção de nossos corpos: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tem­po presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós. A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus”.

Qualquer pessoa de algum modo familiarizada com o so­frimento e a aflição físicos — aquele que tenha percorrido os corredores de nossos hospitais e asilos, que tenha visto as en­fermarias de doenças contagiosas e outros lugares, onde abun­dam as mais tremendas dores e às vezes angústia física quase sempre intolerável dos seres humanos, mesmo que sejam filhos de Deus, têm de admirar-se muitíssimo com a extensão dessa gloriosa promessa. Somos informados de que o pior dos sofri­mentos físicos que alguém pode tolerar nesta vida, não é digno de ser comparado com a glória que nos pertencerá no porvir, visto que aquela glória será imensamente maravilhosa.

II Coríntios 4:17 nos diz a mesma coisa: “Porque a nossa leve e momentânea” tripulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação”. Sim, esta leve aflição, na forma de sofrimento físico e de dor física é apenas uma coisa temporária! Contrastada com a eternidade é apenas “momen­tânea”. Comparada com a glória do Céu, a aflição pela qual passamos agora, não importando quão grande seja, não passa de uma “leve aflição”. E essa leve aflição está operando em favor do paciente filho de Deus, que se submete à Sua vontade, mesmo que essa vontade inclua o sofrimento, acumulando para o mesmo um grande e eterno peso de glória. No Céu, dota­dos de um corpo perfeito, já sem qualquer dor ou aflição físi­cas, descansaremos Nele para sempre. Oh, graças a Deus, se puderes dizer:

“Ancorei minha alma no porto de descanso,

Não mais terei de navegar por mares bravios;

A tempestade pode varrer as profundidades,

Em Jesus estou seguro para sempre”.

Sim, no filho de Deus temos um porto de descanso aqui, mas também teremos um maravilhoso porto de descanso lá.

Pensa comigo, de novo, a respeito de outra cena daquela cidade celestial:

III.  O Céu — Uma Harmonia de Música

O canto é uma manifestação de alegria, uma manifestação quase espontânea de alegria. As pessoas felizes têm de cantar. Algumas vezes o cântico é pronunciado com os lábios, outras vezes permanece apenas dentro dos corações, mas as pessoas felizes gostam de cantar e o canto é uma evidência, uma prova de alegria.

Como um exemplo do que a Palavra de Deus nos conta a respeito da doce música e da alegria do Céu, o apóstolo João em Apocalipse 5:11,12 diz: “Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória e louvor”. João tendo um antegozo do Céu, enquanto estava preso na ilha de Patmos, viu e ouviu milhões de milhões, milhares de milhares, louvando ao Cordeiro que tinha sido morto.

Que coro!

Não faz muito tempo li a respeito de um côro na Europa que se orgulhava de possuir cinco mil vozes treinadas, fundindo-se em cânticos de louvor ao Filho de Deus; mas mesmo cinco mil vozes pareceriam insignificantes em contraste com a melodia do Céu, quando os santos começam a cantar louvores de um modo digno do poder, majestade e misericórdia de Jesus Cristo! Tenta imaginar, se puderes, milhões de milhões, mais milhares de milhares de vozes perfeitas em harmonia. Ninguém destoará; haverá harmonia perfeita. Este coro ideal fará sobressair à lin­da melodia de instrumentos de corda, em conjunto com vozes que foram redimidas, purificadas e tornadas perfeitas pelo poder do Deus Todo-Poderoso, numa nova criação.

Sim, o Céu será uma harmonia de música. Todos serão fe­lizes lá; todos cantarão cânticos, docemente, em honra ao Sal­vador. Vozes, que não eram afinadas aqui na terra, estarão cantando em bela harmonia com as outras. Como o Céu deve ser bonito e maravilhoso.

Continuando, deixa-me pintar outra cena daquele paraíso permanente:

IV.  O Céu — Uma Habitação com Deus

Apocalipse 21:3 fala-nos sobre a cidade de Deus: “Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles”. Nota especial­mente as palavras “o tabernáculo de Deus com os homens”, e novamente, “Deus habitará com eles”, e outra vez, “Deus mes­mo estará com eles”. Eis aqui a coisa mais maravilhosa sobre o Céu: Os filhos de Deus estarão com Jesus Cristo para sempre!

A melhor coisa que haverá no Céu não será nossa recom­pensa — nem as coroas, nem as vestes imaculadamente brancas, nem os troféus que representam o nosso serviço fiel prestado a Jesus Cristo. A melhor coisa no Céu não será nosso encontro com os heróis da fé, como Daniel, Paulo, Abraão, Pedro, Moisés, Estevão, Elias ou outros gigantes espirituais dos séculos como Agostinho, Lutero, João Wesley, Torrey, Moody, Billy Sunday e Spurgeon. A melhor coisa sobre o Céu não será nem ao me­nos nossa reunião com nossos entes amados, ao saudarmos pai, mãe, irmãos, irmãs, filhos, filhas, maridos, esposas, que para ali foram antes de nós. A coisa maior que haverá no Céu será nossa união e comunhão com o Filho de Deus, o Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador e Redentor! Conforme a Sra. Frank Breck nos ensinou a cantar:

“Em presença estar de Cristo,

Ver-Lhe o rosto, que prazer!

Quando enfim em pleno gozo

Poderei p’ra sempre O ver!

“Face a face, que alegria

Há de ser viver assim!

Vendo o rosto tão querido

De quem padeceu por mim”.

Nenhuma outra alegria do Céu excederá ou ao menos po­derá comparar-se com aquela que teremos ao estar em compa­nhia de Jesus Cristo, desfrutando da comunhão com Ele.

Um dos maiores pregadores e oradores dos Estados Unidos da América foi um homem negro chamado John Jasper. Há anos ele pregava em Richmond, Estado de Virgínia, e o Dr. T. T. Martin chamou-o de o maior orador — pregador ou político, negro ou branco — que já viveu na América do Norte. Milhares de negros e brancos tomavam todas as dependências da igreja, domingo após domingo, a fim de ouvi-lo pregar. Seus ouvintes vinham de todos os Estados da União norte-americana. Vinham de todos os países da Europa. Vinham dos lugares mais longínquos da terra, a fim de ouvi-lo contar, apaixonada e eloqüentemente, a maravilhosa história do amor e da graça redentora de Cristo.

Certo domingo pela manhã, aquele santo que nascera es­cravo e fora criado como tal, estava relatando aos seus ouvintes as glórias do Céu. Ao pregar, ficou tão completamente tomado pela emoção que não pôde controlar-se e simplesmente ficou de pé no púlpito, chorando como uma criança. Finalmente, fez um movimento com a mão, para despedir a congregação, e com os ombros baixados se encaminhou pela plataforma para a porta de seu gabinete. Então, ao colocar a mão na maçaneta da porta parou, adquiriu controle sobre si mesmo, por firme determinação da vontade, voltou para o púlpito e continuou a falar com o povo que o ouvia.

“Amados” prosseguiu ele, “qualquer dia desses John Jasper irá morrer. Andarei pelas ruas da Glória, e um anjo virá até mim para dizer; ‘John Jasper, você não quer sua veste embranquecida pelo sangue do Cordeiro, a veste que o Rei Jesus lhe preparou?’

“Então eu lhe responderei: ‘Sim, ó anjo, certamente quero a veste embranquecida pelo sangue do Cordeiro, que Jesus pre­parou para mim; mas, antes de qualquer outra coisa, quero ver a Jesus; quero ver meu Salvador.

“Continuarei andando pelas ruas de ouro um pouco mais, e outro anjo sairá ao meu encontro para dizer-me: ‘John Jasper, você não quer a coroa de ouro, cravejada com todas as jóias que representam as almas que você ganhou para Jesus?’

“E eu lhe replicarei: ‘Sim, ó anjo, sem dúvida quero a coroa de ouro, cravejada com as jóias que representam os meus esfor­ços para conquistar almas para o Senhor; mas, antes de qualquer coisa, quero ver a Jesus e cair prostrado perante Seus pés atra­vessados pelos cravos, beijar aquelas cicatrizes, que foram fei­tas por causa das minhas transgressões, e agradecer-Lhe, com o coração em fogo, por haver salvo um tão pobre, perverso, mi­serável e negro pecador como eu'”.

Tu e eu talvez não concordemos com alguns dos detalhes da teologia de John Jasper sobre quem ele verá em primeiro lugar, quando chegar ao céu; porém todo filho regenerado de Deus aprova com um caloroso “Amém”, vindo do coração, sua filo­sofia de querer ver a Jesus em primeiro lugar! Oh, que mara­vilhoso “Salvador é Ele, para salvar, estes pecadores tão per­didos, encharcados de iniqüidade, poluídos pela transgressão, merecedores do inferno, como tu e eu! Que alegria será quan­do contemplarmos Aquele a Quem, não tendo visto, amamos de todo o coração.

Sim, o Céu será uma morada com Deus, onde habitaremos com Ele, viveremos com Ele, e onde a comunhão e a amizade com Ele nunca serão interrompidas, uma única vez. Durante toda a eternidade estaremos com nosso bendito Salvador e Re­dentor.

Agora, deixa-me pintar outra cena sobre a tela de tua mente:

V. O Céu — O Santo Complemento do Conhecimento

Há muitas coisas sobre as quais nada sabemos por enquan­to—• e admitimos que entre elas há muita coisa que deveríamos saber — mas aproxima-se o dia quando nosso conhecimento se­rá perfeito. I Coríntios 13:12 nos diz: “Por que agora vemos como em espelho, obscuramente, então veremos face a face; ago­ra conheço em parte, então conhecerei como também sou conhe­cido”. Possuímos um conhecimento meramente parcial atual­mente, mas a promessa de Deus é que nosso conhecimento será completo então.

Penso que é significativo o fato de que essa declaração sobre nosso conhecimento presente e futuro se encontre dentro do capí­tulo universalmente reconhecido como o grande capítulo sobre o amor na Bíblia. Parcialmente, é por causa do amor de Deus que não sabemos muitas coisas agora, e que muitos detalhes re­lativos à vida e ao serviço, Ele mantém ocultos de nós. Por outro lado, é em parte devido ao Seu amor que um dia nosso conheci­mento será completado e tornado perfeito.

Essa verdade responde por nós à pergunta que tantas pes­soas nos fazem: “Conhecer-nos-emos uns aos outros no Céu?” Sim, conhecer-nos-emos! Se conhecemos nossos entes queridos atualmente, apenas com conhecimento parcial, certamente que os conheceremos, quando nosso conhecimento for completo.

Nesta vida ficamos conhecendo as pessoas mediante apre­sentação, depois de algumas formalidades terem tido lugar, mas lá na nossa pátria celeste, conhecer-nos-emos uns aos outros sem necessidade de qualquer apresentação ou formalidade. Os heróis da cruz, a quem nunca conhecemos nesta existência, serão reconhecidos imediatamente, e eles, por sua vez, nos reconhecerão. Uma ilustração sobre essa verdade é vista no fato de que Pedro reconheceu tanto Moisés, como Elias, no monte da Transfiguração, embora nenhuma formalidade de apresentação tenha tido lugar.

Cada pessoa, lá no Céu, terá conhecimento completo e perfeito. Que momentos maravilhosos de comunhão e amizade não desfrutaremos nós quando os introvertidos e os extrovertidos não mais se sentirem afligidos. Cada qual conhecerá tal qual é conhecido, e por sua vez será conhecido, com conhecimento perfeito.

Quando nosso conhecimento tornar-se completo, compreen­deremos por que motivo trevas, e não o brilho do sol, estiveram sobre algum plano muito desejado. Saberemos — e notaremos que foi melhor — porque alguns dos programas que traçamos para glorificar a Deus nunca foram realizados, por que a mão limitadora, restringidora, de Deus nos impediu. Os Josés com­preenderão a rejeição e o mau trato de que foram alvo, por parte de seus irmãos. Os Daniéis compreenderão por que, no progra­ma de Deus, foram compelidos a serem lançados na cova dos leões. Os Sadraques, Mesaques e Abedenegos entenderão por que Deus houve por bem enviá-los para a fornalha ardente. Os Jeremias, os Pedros, os Paulos, os Silas compreenderão suas experiências em calabouços de prisões, e por que motivo foi necessário que fossem lançados em prisões interiores, por causa do testemunho sobre seu Senhor.

Compreenderemos por que razão fomos afligidos, porque às vezes fomos perseguidos, tanto por amigos como por adversários, por que motivo, na providência de Deus, foi às vezes preciso atravessar tribulações e testes, enquanto estivemos neste mundo. Nesse ínterim, a melhor coisa que podemos fazer é ter a mesma atitude de Jó, que disse: “Eis que me matará, já não tenho es­perança; contudo defenderei o meu procedimento” (13:15). Que venha o que vier — que sejam vitórias ou derrotas, quer triunfos ou dores de coração, quer perseguições ou louvores, quer bênçãos ou desencorajamento — confiarei Nele e andarei pela fé, sabendo que Sua vontade é mais sábia que a minha pró­pria, confiante em que Ele conhece o fim desde o princípio, e não permitirá que uma só coisa me aconteça que não contribua juntamente para o meu bem. Um dia, nosso conhecimento será completo e saberemos os motivos, por quês e os quandos de todas as coisas que tivermos suportado, por causa do testemunho acerca de Jesus Cristo neste mundo. Sim, o Céu será um lugar de santo completamente do conhecimento.

Agora, deixa-me apresentar-te uma outra cena:

VI. O Céu — Uma Feliz Reunião

Que chegada alegríssima será a nossa, quando chegarmos lá do outro lado e então formos saudados e reunidos com nos­sos amigos e entes queridos, que para ali haviam ido, há muito tempo. Já tivemos ocasião de observar que a melhor coisa que haverá no Céu para nós, não será nossos entes queridos, mas antes, Jesus Cristo — estaremos com Ele — e isso é verdade. Mas também teremos a alegria adicional, a bênção adicional de estarmos em companhia de nossos amigos e entes queridos. Tal­vez tenha sido nosso pai ou nossa mãe, que vimos passar para o outro lado da praia, e a quem ansiamos para saudar. Talvez tenha sido o esposo ou a esposa que esteve conosco através das labutas, tribulações, dificuldades e dores do coração, durante tantos anos, e que nos precedeu em seu dia de coroação, ou aquele nosso bebê que perdemos, quando ainda estava na sua infância inocente, ou ainda aquele filho ou filha que caíram em todo o vigor de sua juventude — estaremos com ele para nunca mais sermos separados, enquanto os séculos e as eras vão e vêm.

Oh, amado, pensa só nisso! Nunca diremos até logo, nunca seremos separados de forma alguma, mas estaremos jun­tos para todo o sempre. O pensamento importante, relativo a esta verdade é, naturalmente, que o círculo não seja quebrado. Toda a tua família, teus amados e teus amigos estarão reunidos contigo, lá no Céu? Estarás ali também? Se estás perdido, imploro-te que te prepares desde agora mesmo para o Céu, me­diante a fé no Senhor Jesus Cristo, a fim de que o círculo da tua família não fique incompleto por motivo de tua ausência. E, se já conheces a Cristo e estás prosseguindo em direção ao Céu, e, no entanto, tens parentes e entes queridos que ainda não se converteram, oh, quão ansiosamente deveras pagar o preço, em lágrimas, em súplicas, em intercessão contínua, perante o trono da graça, até que vejas cada um de teus familiares convertido, e o círculo esteja completo, lá do outro lado. O Céu será então um lugar de felicíssima recepção, uma gloriosa reunião.

Desejo, porém, apresentar-te ainda uma outra cena, basea­da nas Escrituras, sobre o paraíso:

VII. O Céu — Distante Apenas Um Bater do Coração

Algumas vezes, as pessoas falam sobre o Céu como a “linda ilha de algum lugar longínquo” e entoam canções que falam do Céu como um lugar “distante, muito distante”. Mas, não é ver­dade! A Bíblia apresenta o quadro de um Céu que dista de nós apenas o bater do coração, pois, quando o cansado coração bater pela última vez, a pessoa que conhece a Jesus Cristo, como seu Salvador pessoal, passará imediatamente à presença do Deus Todo-Poderoso, lá na Glória. Paulo expressou esse pensamento em Filipenses 1:21,23,24, ao escrever: “Porquanto, para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro… Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne”.

Paulo estava dizendo, em essência: “Sinto-me profunda­mente dividido entre duas decisões. Gostaria de partir agora mesmo e estar em companhia do Senhor Jesus Cristo. Gostaria de morrer e deixar para trás todas as dificuldades, testes, per­seguições e perplexidades desta vida, e entrar na presença do meu Redentor, para nunca mais ter de deixá-Lo. Por outro lado, todavia, é muito mais necessário que eu permaneça nesta cena terrestre. Há tantas congregações de crentes que preci­sam ser encorajadas e edificadas na fé e na verdade da Palavra de Deus… O mundo inteiro está perdido e moribundo e se precipita para um inferno eterno.. Há muitas pessoas que precisam converter-se ao Evangelho, e este precisa ser pregado até os confins da terra. Eu, de minha parte, gostaria de partir e estar com Cristo, mas, é muito mais necessário que eu fique aqui mesmo”. Paulo podia apenas dizer “o morrer é lucro”, já que o filho de Deus vai estar com Cristo desde o momento exato em que falece. Morrer não consiste no sono da alma, para o crente, mas consiste no despertar na presença de Jesus!

Deves estar relembrado que quando Jesus foi crucificado, havia dois ladrões — um de cada lado — a amaldiçoar, a zombar, a participar dos impropérios da multidão, enquanto O ridicularizavam e zombavam Dele. Então, subitamente, um dos ladrões contemplou com mais cuidado o Homem que estava na cruz do meio e pôs ponto final em suas blasfêmias e insultos, clamando, movido pela fé: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. E Lucas 24:43 registra a resposta dada; “Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. Aquele ladrão moribundo, que depositou sua confiança no Salvador que morria por ele, recebeu a garantia que naquele mesmo dia estaria no Céu — sem qualquer demora ou adiamento. No instante em que morreu, foi estar com Jesus Cristo, no Paraíso.

No quinto capítulo de II Coríntios, Paulo empregou a ilustração do corpo como uma casa ou tabernáculo onde a alma e o espírito — o verdadeiro eu — habitam. Disse ele: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna, nos céus” (Versículo 1). A Palavra de Deus assegura-nos que ainda que estes nossos corpos sejam dissolvi­dos, no Céu possuímos um corpo que não é feito por mãos humanas, corpos eternos preparados para nós pelo próprio Deus Todo-Poderoso. Paulo prosseguiu, dizendo no versículo oitavo desse mesmo capítulo: “Entretanto estamos em plena confiança, preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor”.

Que verdade maravilhosa: “… deixar o corpo… habitar com o Senhor”. Não existe purgatório, não existe sono da alma, não há demora, não há o que esperar; no momento em que alma e espírito — do crente — deixam seu corpo, ime­diatamente vão para a presença de seu Salvador. Seria justo perguntar a todos aqueles que erroneamente acreditam e ensi­nam o sono da alma: Quando é que o crente estará ausente do corpo se, conforme vocês dizem, a alma e o espírito são sepultados com o corpo, até a manhã da, ressurreição, quando então o corpo, a alma e o espírito serão ressuscitados dos mor­tos para comparecer à presença de Deus? O fato verdadeiro é que nessa filosofia falsa, não poderia haver ausência do corpo. (Graças a Deus, porém, que no momento em que o crente morre, fica ausente do corpo, mas fica presente com o Senhor. O Céu está distante apenas a uma pancada do coração, para aqueles que estão salvos!

Penso no fato que faz pouco tempo que dirigi o culto fúnebre do sepultamento de meu pai. Papai chegou em casa, naquela terça-feira à noite, depois de um dia de trabalho árduo, comeu um lauto jantar de galinha e biscoitos — um de seus pratos favoritos — e então passou o resto do tempo lendo, tomando uma taça de sorvete, até que finalmente recolheu-se a seu quarto. Ele tinha dito aos seus amigos — e foi sincero e honesto em sua afirmação — que nunca se sentira tão bem na vida. Porém, antes de passar-se uma hora depois que meu pai foi deitar-se, minha mãe ouviu-o lutar por respirar uma ou duas vezes em seu sono — e sua alma e espírito foram imediatamente separados de seu corpo, para irem ter à presença do Senhor e Salvador que morrera por ele, e com Quem meu pai, há muito, ansiava encontrar-se. Oh, quão subitamente, quão inesperadamente aquele ataque de coração o levou desta vida para a presença do Deus Todo-Poderoso!

O que sucedeu com meu pai tem-se multiplicado milhares de vezes nos dias, semanas e meses que se têm passado desde então, quando, pessoa após pessoa, tem sido projetada subi­tamente, sem qualquer advertência, na eternidade e na presença de Deus. Oh, quão sério é isso! Quão urgente e importante é que estejas preparado para a hora da morte e da tua partida! Mas, para aqueles que já estão prontos, o Céu fica à distância apenas de uma pancada do coração.

Deixa-me exibir apenas mais um quadro sobre aquela terra que é mais linda que o dia:

VIII. O Céu — Uma Esperança Garantida em Cristo

Colossenses 1:5 descreve o fato, como se segue: “… por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho”. Essa esperança relativa ao Céu está centralizada em torno da “verdade do evangelho”. Foi somente quando aquelas pessoas da cidade de Colossos receberam a verdade do Evangelho, que tiveram a esperança do Céu implantada em seus corações.

Qual era essa verdade do Evangelho? Qual era sua espe­rança relativa ao Céu? Somos informados no mesmo primeiro capítulo da epístola aos Colossenses: “… isto é, Cristo em vós, a esperança da glória” (versículo 27). A única esperança que qualquer pessoa pode ter relativamente ao Céu é concedida mediante Jesus Cristo. Não há outra esperança; não há outro caminho. Nem a moralidade, com todas as suas boas obras, atos caridosos e ações retas poderão pavimentar o caminho para o Céu. Nem a religião, com todo o seu ritual e sacra­mentos, poderá abrir os portões da Glória. Só existe um caminho para o Céu, e nós o trilhamos ao receber Jesus Cristo em nosso coração, pela fé, em vista de que somos de novo gerados e passamos a ser Seus filhos.

Recorda-te sobre como, após falar aos discípulos acerca da casa do Pai, que possui muitas moradas, no décimo-quarto capítulo do evangelho de João, o Senhor Jesus prosseguiu dizendo: “… E vós sabeis o caminho para onde eu vou”? Tome replicou imediatamente, e desta vez estou agradecido pela dúvida de Tome, visto que levou o Senhor Jesus a for­necer uma resposta clara como cristal acerca do caminho para a Glória. Sim, Tome perguntou: “Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho?”

E Jesus respondeu-lhe no versículo sexto, dizendo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. Jesus é o caminho para o Céu. Ele é a verdade; Ele é a vida! Não há, absolutamente, outro caminho até o Pai a não ser Jesus. E todos aqueles que de Deus se aproximam mediante Cristo, através da fé Nele, imediatamente recebem a vida eterna e a garantia de um lar celeste. Sim, o Céu pode ser teu!

Deixa-me fazer a mais importante pergunta que pode ser feita por um ser mortal a outro: Estás certo de ir para o Céu? Sabes, fora de qualquer dúvida ou incerteza, que tens o direito de uma morada na Glória celeste? Podes saber disso! A Pa­lavra de Deus nos assegura: “Estas cousas vos escrevi a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (I João 5:13). Também nos é dita a mesma coisa em João 3:16: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê .não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Agora mesmo, se confiares em Jesus Cristo, terás a vida eterna. Apocalipse 3:20 pinta Cristo a bater na porta de teu coração e a dizer: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo”.

Prezado amigo, o Senhor Jesus Cristo está batendo agora mesmo, através desta mensagem impressa, na porta do teu coração, e dizendo: “Queres deixar-me entrar? Queres abrir á porta? Queres permitir-me entrada em tua vida e coração?” Agora mesmo, se podes dizer honestamente, em teu coração “Sim, Senhor Jesus, quero abrir a porta para Ti. Podes entrar. Recebo-Te alegremente como meu Salvador”, serás salvo, e salvo para sempre! Não te esqueças, a grande revelação é “… Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27).

DECISÃO A FAVOR DE JESUS CRISTO

Certamente queres que o Céu seja teu lar eterno! Ninguém, no pleno uso de suas faculdades mentais, haveria de escolher deliberadamente o inferno e desprezar o glorioso Céu, oferecido por Deus. No entanto, a não ser que os teus pecados sejam perdoados, e que Jesus Cristo se torne teu Salvador, perderás o Céu para sempre e terminarás no inferno, tão certamente como se tivesses preferido deliberadamente o inferno. Jesus mesmo disse: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus… Não te admires de eu te dizer: Importa-vos nascer de novo” (João 3:3,7). Tens de nascer de novo, se quiseres ter esperança de ver o Céu.

Por que não confias em Jesus e nasces de novo agora mesmo? A verdade é que “… a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome” (João 1:12), pelo que, se O receberes ainda hoje, imediatamente tornar-te-ás filho de Deus. Queres recebê-Lo? Queres confiar em Seu nome?

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