Anarquia: Ausência de governo

O Brasil, dizem os juristas é o país que mais leis têm regulando todas as atividades humanas, políticas e sociais. Isto é bom. Mas, o que se vê atualmente é que nesse emaranhado de leis poucas pouca coisa acontece. Por exemplo, as leis limitam os policiais no cumprimento de suas ações e não os protegem. Consequentemente, os policiais assistem os anarquistas quebrando, destruindo, incendiando prédios particulares e públicos, porque, quaisquer iniciativas que tomarem, como o uso de gás e balas de borracha serão julgados pela mídia como agressores! Na realidade, os agressores, anarquistas, descobrem-se, estão protegidos por essa mesma gama de leis de nossa nação.

Desprotegidos pela autoridade que deveria defendê-los, os policiais se limitam a assistir a tudo e, depois sair em defesa própria para não serem feridos pelos anarquistas.

O que se vê pela mídia são anarquistas fazendo o que querem, sendo assistidos pacificamente pela polícia. Em alguns casos, por questões políticas, quando o governador e o prefeito não estão no mesmo partido, os policiais, sob a tutela do Estado, não defendem os bens públicos, especialmente aqueles administrados pela Prefeitura.

Bem, mas o comentário acima, despretensioso, tem como objetivo mostrar que um povo sem governo – mesmo que tenha leis – vive em anarquia. A mesma coisa se reflete na igreja, e este é o objetivo deste artigo: Mostrar que na igreja, inda que cercada de estatutos e regimentos internos, quando não há governo, existe anarquia. Felizes as igrejas que têm governo saudável, e não me refiro a autoritarismo, mas a autoridade episcopal instituída por Deus na igreja!

A autoridade que preserva a igreja vem de cima, do dono, daquele que a fundou e que estabeleceu governos sobre ela.

É bom entender que:

1. Nem todo pastor é autoridade espiritual na igreja, especialmente se ele é um profissional da fé e se trabalha numa igreja em que a autoridade procede do povo, isto é, em que a autoridade vem de baixo pra cima, e não de cima pra baixo – de Deus para o povo. Neste caso, se o pastor verdadeiramente é uma autoridade espiritual entrará em rota de colisão com os interesses da diretoria e do conselho!

2. Nem todo líder ou pastor que trabalha numa igreja de governo episcopal, isto é, em que a autoridade vem de cima pra baixo é também autoridade espiritual. Muitos desses pastores são estabelecidos por suas convenções em conluios da política eclesiástica; outros, mesmo estabelecidos por suas convenções são caracteristicamente autoridades de Deus na igreja; pela autoridade divina em si, e não pela indicação denominacional. É tênue a linha que define a autoridade espiritual verdadeira, da autoridade humana, denominacional.

3. A verdadeira autoridade espiritual sempre conflitará com interesses humanos, pois põe ordem de Deus onde existe anarquia; estabelece o governo de Deus na vida das pessoas onde antes havia o governo de Satanás ou governo humano!

4. Muitas igrejas são anárquicas por falta de governo de Deus ou autoridade espiritual. Seus membros assemelham-se aos anarquistas vistos fazendo quebra-quebra nas cidades. Às vezes o que impede de algumas igrejas serem totalmente anárquicas não é o pastor, mas homens e mulheres que, acima das discrepâncias e da ineficiência espiritual do pastor carregam a igreja em autoridade. Anônimos que são, esses irmãos e irmãs, verdadeiras autoridades espirituais zelam pela ordem de Deus a partir de seus joelhos e dos conselhos que sempre têm nos lábios para orientar o desorganizado e desespiritualizado pastor.

5. Deve-se considerar, no entanto, que muitas igrejas que funcionam ou não sob tutelas denominacionais, não têm governo espiritual algum. Pode ser uma igreja local independente ou uma igreja cujo pastor domina sobre várias cidades. Resta a essas igrejas submeter-se ao governo humano, ao homem gerenciador de finanças; ao administrativo, que segura na habilidade humana os membros da igreja, impedindo-os de se dispersarem totalmente. Por desconhecer totalmente a autoridade espiritual, cada decisão é examinada atentamente à luz dos estatutos e do regimento interno; jamais pela Palavra de Deus e pela guia orientadora do Espírito Santo.

Nessas igrejas, quando um membro recebe maior esclarecimento do Espírito Santo (recuso-me a usar a palavra revelação do Espírito), discretamente sai e passa a frequentar outro rebanho onde crê que encontrou a verdadeira autoridade espiritual.

Existem alguns sintomas em que se percebe a falta de autoridade espiritual e do governo de Deus na igreja:

1. Mensagens bíblicas e cânticos antropocêntricos, isto é, em que o homem é o centro e não Cristo.

Nas igrejas em que a autoridade espiritual existe, as mensagens são contundentes, apelam para o arrependimento e mudança de vida do povo; conclamam o povo à santificação e os cânticos são dirigidos a Deus, e nunca às necessidades dos homens. Mas, em certas igrejas sem autoridade espiritual o esforço é agradar as pessoas e satisfazer seus anelos materiais.

2. Diretorias e conselhos que fazem exigências ao pastor sobre o que pregar e decidem os rumos da igreja.

A maioria das igrejas em que o governo é congregacional contrata o pastor como um executivo para lhes pregar a palavra de Deus nos domingos, orar e visitar, mas, não atentam para o pastor quando este tem uma palavra de exortação de Deus para suas vidas. São essencialmente anárquicas em sua estrutura congregacional e ou denominacional. Com raríssimas exceções algumas igrejas de estrutura congregacional, em que o governo vem do povo, o pastor consegue impor a autoridade de Deus na vida das pessoas.

3. Falta de cultos de ensino e das reuniões de oração.

Este é um dos maiores sintomas da falta de autoridade espiritual do pastor e dos líderes da igreja, pois que renegam o estudo da palavra e a oração a um segundo plano e canalizam a energia pastoral em reuniões, sejam das equipes ou dos líderes como mera administração. Em tais reunionites os líderes sequer dispõem de tempo para orar e buscar a vontade de Deus para a igreja, e, se tiver alguma oração é para pedir a aprovação de Deus àquilo que planejaram e antecipadamente decidiram.

4. Ausência da prática dos dons espirituais entre os membros da igreja.

Quando não se incentiva a prática dos dons espirituais ou inibem-se tais manifestações no culto da igreja, o canal através do qual o Espírito Santo poderia falar com a igreja é obstruído. Cessa a voz profética. Pior ainda quando a voz do profeta na igreja é calada pelo sistema de governo!

Onde está a verdadeira autoridade espiritual?

Às vezes na gente simples, compromissada com Cristo e sua obra; nunca em pastores autoritários, especialmente os que vivem no luxo e na dependência de seu conhecimento natural. A autoridade espiritual, como diz o nome é sempre espiritual, portanto, vem de cima, do Pai das Luzes, e nunca brota de seminários teológicos, como se o conhecimento fosse a chave para o exercício do governo de Deus!

fonte: https://www.pastorjoao.com.br/123/?p=2570

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Captcha carregando...