1º/01/1484 – Zuínglio nasceu na vila de Toggenburg, em Wildaus, no cantão suíço de St. Gall, no alto dos Alpes. Membro de uma família de classe média alta; seu pai era fazendeiro e juiz da cidade. Concluiu seus estudos escolares em Basel e Berna, estudando também na Universidade de Viena4. Transferiu-se para Viena em 1502.
1504 – Forma-se Bacharel em Artes pela Universidade de Basiléia.
1506 – Conclui o mestrado na Universidade de Basiléia e torna-se pároco em Glarus.
1515 – Testemunha a derrota dos suíços na Batalha dos Gigantes em Marignano.
Escreve uma sátira da guerra de mercenários, O Labirinto, conclamando ao amor e fraternidade cristãos e ao fim da violência. Conhece Erasmo de Rotherdã, o humanista holandês.
1516 – Divergindo das inclinações francesas de Glarus, muda-se para Einsiedeln (um centro de peregrinação católica); tem um caso com a filha do barbeiro local. Nesse ano e no seguinte, lê a tradução do Novo Testamento feita por Erasmo (Novum Instrumentum) publicada em 1515; a partir de então, tornou-se um expositor bíblico. Ele escreveu: Dirigido pela palavra e pelo Espírito de Deus, vi a necessidade de deixar de lado todos esses [ensinamentos humanos] e aprender a doutrina de Deus diretamente de sua própria Palavra.
1518 – É nomeado “sacerdote do povo” da Catedral de Zurique. Sobre o portal dessa igreja pode-se ler a seguinte frase: “A reforma de Ulrich Zuínglio começou aqui, em 1º de janeiro de 1519”.
1519 – Começa a pregar uma série de sermões sobre o Novo Testamento (na ordem; Mateus, Atos, Timóteo, Gálatas, 1 e 2 Pedro até terminar todo o Novo Testamento em 1525), assinalando uma nova era da pregação bíblica. Ministra às vítimas da peste bubônica em Zurique, ficando ele mesmo enfermo por três meses. A peste, associada a idéias luteranas, levaram-no a uma experiência de conversão. Leva Zurique a retirar-se da aliança com a França católica. Os mercenários de Zurique são proibidos de se venderem à França. Sua primeira bandeira reformada foi a declaração de que os dízimos pagos a Roma pelos fiéis não eram obrigações divinas, mas uma questão de voluntariedade.
1522 – Vai a uma festa do impressor Chritopher Froschauer em que as normas da quaresma são violadas; escreve A Liberdade de Escolha dos Alimentos, opondo-se ao jejum da Quaresma. Casa-se secretamente com a viúva Ana Reinhart. Assina um memorial com dez outros sacerdotes pedindo que o bispo de Constança sancione casamentos clericais. Princípio; Tudo deve ser julgado pelas Escrituras. Forma um círculo de jovens religiosos e humanistas – Grebel, Mantz, Reublin, Brotli, Stumpf.
Escreve Apologeticus Archeteles (“minha primeira e última defesa”), seu testemunho de fé. Renuncia ao cargo de “sacerdote do povo”, sendo contratado pelo Conselho Municipal como pastor evangélico no mesmo posto. O termo “reformado” aparece com Zuínglio, e posteriormente com Calvino. Início dos conflitos com os anabatistas, liderados por Grebel.
1523 – Sob os auspícios do Conselho de Zurique, convida a Europa cristã para um debate público (a Primeira Disputa de Zurique) de 67 teses (os Sessenta e Sete Artigos), em 29/01/1523; onde propõe:
A supremacia de Cristo na Igreja.
Salvação somente pela graça.
Autoridade das Escrituras.
Sacerdócio dos fiéis.
O direito dos sacerdotes ao casamento.
Ataque ao primado do Papa e à missa.
É autorizado pelo Conselho Municipal a continuar pregando o Evangelho. Zurique tornou-se o primeiro estado protestante por iniciativa magisterial.
Após o debate:
As taxas de batismo e sepultamento foram abolidas.
Monges e freiras receberam permissão para se casarem.
O uso de imagens e relíquias foi proibido.
Escreve Da Justiça Divina e Humana para defender a recusa do Conselho em modificar a legislação sobre o dízimo. Realiza um segundo debate público sobre as imagens e a missa. Recomenda que o Conselho autorize a remoção das imagens. O movimento difunde-se na Suíça de fala alemã e no sul da Alemanha.
1524 – Casa-se publicamente com a sua esposa.
1525 – Disputa pública sobre o batismo infantil traça a linha de batalha para ex-seguidores como Grebel. Zuínglio escreve dois panfletos contra os anabatistas: Sobre o Batismo e Sobre o Ofício da Pregação. Institui a Ceia do Senhor na Páscoa, depois que o Conselho ordena a suspensão das missas. Também escreveu nesse ano Da Religião Verdadeira e Falsa; considerada por alguns como “a primeira obra dogmática (teologia sistemática) reformada”10. A reforma zuingliana se completa com a supressão definitiva da missa em Zurique. Acontece o rompimento definitivo com os anabatistas radicais.
1526 – Em março, convence o Conselho a promulgar um edito autorizando a execução de anabatistas. Após a assembléia suíço-católica em Baden, decide que a unidade suíça deve ser mantida mesmo com o uso da força.
1527 – É formado o primeiro sínodo de igrejas evangélicas suíças. Felix Manz é executado por afogamento por causa de suas convicções anabatistas.
1528 – Aceita o convite de Baden para um debate público, que resulta na eliminação da missa, das imagens e dos altares naquela cidade. Berna aceita princípios zuinglianos de reforma.
1529 – Acompanha as tropas suíças de Zurique na Primeira Guerra de Kappel. Em outubro, encontra-se com Lutero em Marburg para quatro dias de discussões convocadas pelo landgrave Filipe de Hesse. O desacordo entre Lutero e Zuínglio quanto a presença de Cristo nos elementos da ceia ocasionou a ruptura entre os dois movimentos de reforma alemã. Ecolampádio, amigo íntimo de Zuínglio, inicia a reforma de Basiléia.
1530 – Escreve Explicação da Religião de Zuínglio.
1531 – Escreve Da Providência de Deus e Exposição Breve e Clara da Fé Cristã.
Buscando o apoio dos franceses para a reforma, permite a contratação de mercenários suíços. Evergando sua armadura, une-se às tropas no dia 11 de outubro e é morto em combate. É sucedido por Henrique Bullinger (1504-1575).
Conclusão:
O que podemos aprender com Zuínglio?
Um aluno brilhante, com talento especial para a música.
Profunda erudição e dedicação no trabalho pastoral. Isso lhe deu posição de destaque na Suíça de fala alemã. Bullinger diz em sua biografia que ele havia decorado todas as epístolas de Paulo em grego e que as havia copiado palavra por palavra.
Exposição sistemática das Escrituras nos cultos públicos.
Segundo Gerald Giving, sua principal característica era “firmeza de vontade”. Cairns resume o caráter de Zuínglio como “erudito, democrático e sincero”.