Cinco Votos para Obter Poder Espiritual

Afirmações para o Reavivamento Pessoal

Algumas pessoas rejeitam a idéia de fazer votos, mas na Bíblia você en­contrará muitos grandes homens de Deus que foram dirigidos por alianças, pro­messas, votos e compromissos. O salmista não era avesso a fazer votos. “Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus”, disse ele. “Render-te-ei ações de graça” (Sl 56.12).

Meu conselho nessa questão é que se você está realmente preocupado com seu avanço espiritual – a obtenção de novo poder, nova vida, nova alegria e novo reavivamento pes­soal dentro de seu coração -, será bom fazer certos votos e empenhar-se por cumpri-los. Se você falhar, prostre-se em humilhação, arrependa-se e comece novamente, mas sem­pre leve em consideração os votos feitos. Eles irão ajudar a harmonizar seu coração com os vastos poderes que fluem do trono onde Cristo está assentado, à destra de Deus.

O homem carnal rejeita a disciplina de tais compromissos. Ele diz: “Quero ser livre. Não quero ter qualquer voto sobre mim. Não creio nisso. Isso é legalismo”. Bem, deixe-me apresentar o quadro de dois homens.

Um deles não fez voto algum. Ele não aceita qualquer responsabilidade desse tipo. Ele quer ser livre. E ele é livre, em certa me­dida – assim como um vagabundo é livre. O vagabundo é livre para sentar-se num banco de jardim de dia, dormir sobre um jornal à noite, ser posto para fora da cidade na manhã de quinta-feira e voltar e subir pelas escadas rangentes de alguma pensão na quinta à noi­te. Esse homem é livre, mas também é inútil. Ele apenas ocupa um lugar no mundo, cujo ar respira.

Examinemos agora outro homem – talvez um presidente, ou primeiro-ministro ou qual­quer grande homem que carrega sobre si o peso do governo. Homens assim não são livres. Porém, com o sacrifício de sua liberdade de­monstram poder. Caso insistam em ser livres, poderão sê-lo, mas apenas como o vagabundo. Escolheram, porém, estar amarrados.

Há muitos vagabundos religiosos no mun­do que não querem estar amarrados a coisa alguma. Eles transformaram a graça de Deus em libertinagem pessoal. As grandes almas, entretanto, são aquelas que se aproximam reverentemente de Deus compreendendo que em sua carne não habita bem algum. E sabem que, sem a capacitação dada por Deus, quaisquer votos feitos seriam quebra­dos antes de o sol se pôr. Não obstante, visto que crêem em Deus, com reverência assu­mem certos votos sagrados. Esse é o caminho para o poder espiritual.

Sendo assim, há cinco votos que tenho em mente, que será bom fazer e observar.

Primeiro Voto: Trate Seriamente com o Pecado

O pecado tem sido disfarçado nestes dias, aparecendo com novos nomes e caras. Você pode estar sendo exposto a esse fenômeno na escola. O pecado é chamado por diversos nomes enfeitados – qualquer nome, menos pelo que ele realmente é. Por exemplo, os homens já não ficam mais sob convicção de pecados; eles têm um complexo de culpa. Em lugar de confessar suas culpas a Deus, para se livrarem delas, deitam-se num divã e tentam relatar o que sentem a um homem que deve conhecer melhor tudo sobre eles. Após algum tempo, a resposta dada é que eles foram profundamente desapontados quando tinham dois anos, ou alguma coisa semelhante. Supõe-se que isso os fará sentirem-se melhor.

Tudo isso é ridículo, porque o pecado é ainda o mesmo antigo inimigo da alma. Ele nunca foi alterado. Precisamos tratar firme­mente com o pecado em nossa vida. Lembremo-nos sempre disso. “O reino de Deus não é comida nem bebida”, disse o apóstolo Paulo, “mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). A justiça repousa à porta do reino de Deus. “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18. 4, 20).

Não estou pregando a perfeição sem pe­cado. Antes, quero dizer que todo pecado conhecido deve ser nomeado, identificado e repudiado, e que devemos confiar em Deus para nos libertar dele, para que não exista qualquer pecado consciente, deliberado em qualquer parte de nossa vida. E absolutamen­te necessário que façamos isso, porque Deus é um Deus santo, e o pecado está no trono do mundo.

Portanto, não chame seus pecados por algum outro nome. Se você é invejoso, chame-o de inveja. Se você tem a tendência à autocomiseração e a sentir que não é apreciado, mas é como uma flor que nasce para morrer despercebida, a desgastar sua doçura no ar do deserto, chame esse pecado pelo que ele é: autopiedade.

Também há o ressentimento. Se você está ressentido, admita-o. Tenho conhecido pes­soas que vivem num estado de indignação furiosa a maior parte do tempo. Conheço um pregador que age como uma galinha lançada fora do ninho: ele fica correndo em todas as direções queixando-se e murmurando – al­guém está sempre o fazendo errar. Ora, caso você tenha esse mesmo “espírito”, tem de tratar com ele imediatamente. Você precisa livrar-se disso. O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado. Em lugar de tentar disfarçar o pecado ou procurar uma tradução grega opcional em algum lugar sob a qual ocultá-lo, chame-o por seu nome correto e livre-se dele pela graça de Deus.

Há também o mau humor. Não o cha­me de indignação. Não tente chamá-lo de algum outro nome. Chame-o pelo que ele é. Porque, se você tem mau humor, ou você se desfaz dele ou ele desfará muito de sua espiritualidade e alegria.

Por conseguinte, tratemos do pecado com seriedade. Sejamos perfeitamente cândidos. Deus ama pessoas cândidas.

Segundo Voto: Não Seja Dono de Coisa Alguma

Com isso, não quero dizer que não possamos possuir coisas. Quero dizer que devemos ser libertos do senso de possuí-las. Esse senso de posse é o que nos embaraça. Todos os bebês nascem com as mãozinhas fechadas, e isso me parece dizer: “Isto é meu!” Uma das primeiras coisas que eles dizem é “meu”, com voz irada. Esse senso de “isto é meu!” é muito prejudicial para o espírito. Se puder livrar-se disso, para que não tenha mais o sentido de posse sobre qualquer coisa, você sentirá grande liberdade em sua vida.

Não pense com isso que você precisa ven­der tudo quanto possui e distribuir como ca­ridade. Não, Deus permitirá que você tenha seu carro e seus negócios, sua profissão e sua posição, qualquer que ela seja, contanto que entenda que isso não é seu, em absoluto, mas Dele, e que tudo quanto está fazendo é apenas trabalhando para Ele. Então, poderá estar tranqüilo em relação a tudo isso, pois nunca precisamos nos preocupar por perder o que pertence a outra pessoa. Se essas coisas forem suas, você estará sempre olhando para as mãos para ver se ainda estão ali, mas se forem de Deus, já não precisa se preocupar com elas.

Permita-me apontar-lhe algumas das coisas que você tem de entregar a Deus. Suas posses são uma dessas coisas. Alguns dos queridos filhos do Senhor estão sendo mantidos para trás porque existe uma bola e uma corrente presas em suas pernas. Se for um homem, pode ser seu luxuoso carro ou a suntuosa casa. Se for uma mulher, talvez sejam suas louças de porcelana ou seus móveis estilo Luiz XV, e tudo o mais. Vamos considerar um precioso vaso como exemplo. Ali está ele, e se alguém batesse nele e o quebrasse, seu pobre dono provavelmente perderia cin­co anos de sua vida!

Terceiro Voto: Nunca se Defenda

Todos nós nascemos com o desejo de defender-nos. E caso insista em defender a si mes­mo, Deus permitirá que você o faça. Porém, se você entregar sua defesa a Deus, então Ele o defenderá. Ele disse a Moisés certa vez: “Serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários” (Ex 23.22).

Muito tempo atrás, o Senhor e eu chega­mos juntos ao capítulo 23 do livro de Êxo­do, e Ele me mostrou essa passagem. Já faz trinta anos que ela tem sido uma fonte de bênçãos indizíveis para mim. Não tenho de lutar. O Senhor é Quem luta por mim. E Ele certamente fará o mesmo por você. Ele será o Inimigo dos seus inimigos e Adversário de seus adversários, e você nunca mais precisará defender a si mesmo.

O que defendemos? Bem, defendemos nosso serviço e, particularmente, defende­mos nossa reputação. Sua reputação é o que os outros pensam que você é, e se surgir al­guma história sobre você, a grande tentação é tentar correr para acabar com ela. No en­tanto, como você bem sabe, tentar chegar até a fonte de uma história assim é uma tarefa inútil. Absolutamente inútil! E como tentar achar o passarinho depois de ter encontrado uma pena no gramado. Você não poderá fazer isso. Porém, se se voltar completamente ao Senhor, Ele o defenderá completamente e providenciará para que ninguém lhe cau­se dano. “Toda arma forjada contra ti não prosperará”, diz o Senhor, “toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a condenarás” (Is 54.17).

Henry Suso foi um grande crente em dias passados. Um dia, ele estava buscando o que alguns crentes têm-me dito que também estão buscando: conhecer melhor a Deus. Vamos colocar isso nestes termos: você está procu­rando ter um despertamento religioso no ín­timo de seu espírito que o leve para as coisas profundas de Deus. Bem, quando Henry Suso estava buscando a Deus, pessoas começaram a contar histórias más sobre ele, e isso o entris­teceu tanto que ele chorou lágrimas amargas e sentiu grande mágoa no coração.

Então, um dia, ele estava olhando pela janela e viu um cão brincando no terraço. O animal tinha um trapo que jogava por cima de si, e tornava a alcançá-lo apanhando-o com os dentes, e corria e jogava, e corria e jo­gava muitas vezes. Então Deus disse a Henry Suso: “Aquele trapo é sua reputação, e estou deixando que os cães do pecado rasguem sua reputação em pedaços e a lancem por terra para seu próprio bem. Um dia desses, as coisas mudarão”.

E as coisas mudaram. Não demorou muito tempo até que os indivíduos que estavam atacando a reputação de Suso ficassem con­fundidos, e ele foi elevado a um lugar que o transformou numa autoridade em seus dias e numa grande bênção até hoje para aqueles que cantam seus hinos e lêem suas obras.

Quarto Voto: Nunca Passe Adiante Algo que Prejudique Alguém

“O amor cobre multidão de pecados” (1 Pe 4.8). O fofoqueiro não tem lugar no favor de Deus. Se você sabe alguma coisa que possa vir a obstruir ou ferir a reputa­ção de um dos filhos de Deus, enterre-a para sempre. Busque um pequeno jardim, atrás da casa – um lugarzinho em alguma parte – e, quando alguém se aproximar de você com alguma história de maledicência, leve-a até ali e sepulte-a, dizendo: “Aqui jaz em paz a história sobre meu irmão”. Deus tomará conta daquela história. “Com o critério com que julgardes, sereis julga­dos” (Mt 7.2).

Se quer que Deus seja bondoso com você, terá também de ser bondoso com Seus outros filhos. Você dirá: “Mas isso não é a graça!?”. Bem, a graça é que fez você entrar no reino de Deus. E um favor imerecido. Porém, depois de você assentar-se à mesa do Pai, Ele espera poder ensiná-lo como se portar à mesa. E Ele não lhe permitirá comer enquanto você não obedecer à etiqueta de Sua mesa. E que etiqueta é essa? E que não conte histórias sobre os irmãos que estão as­sentados à mesa com você – não importando onde congregam, a nacionalidade ou aconte­cimentos do passado.

Quinto Voto: Nunca Aceite Qualquer Glória

Deus é zeloso de Sua glória e não a dará a ninguém. Ele não irá nem mesmo compar­tilhar Sua glória com quem quer que seja. É muito natural, diria eu, que as pessoas esperem que talvez seu serviço cristão lhes dê uma oportunidade de demonstrar seus talentos. Verdadeiramente querem servir ao Senhor, mas também querem que os demais saibam que estão servindo ao Senhor. Elas querem ter reputação entre os santos. Este é um terreno muito perigoso: buscar repu­tação entre os santos. Já é ruim o bastante procurar reputação no mundo, mas é pior procurar reputação entre o povo de Deus. Nosso Senhor desistiu de Sua reputação, e devemos fazer isso também.

Meister Eckhart certa ocasião pregou um sermão sobre a purificação que Cristo fez no templo. Disse ele: “Ora, nada havia de errado com aqueles homens que vendiam e compravam ali. Nada havia de errado em trocar dinheiro ali; aquilo tinha de ser fei­to. O pecado deles se resumia no fato de fazerem isso para ter lucro. Eles ganhavam certa porcentagem ao servirem ao Senhor”. E então Eckhart fez a aplicação: “Quem quer que sirva por uma comissão, por um pouqui­nho de glória que possa tirar desse serviço, é um comerciante, e deve ser expulso do templo”.

Concordo plenamente com isso. Se você está servindo ao Senhor e, quase sem per­ceber – talvez inconscientemente mesmo -, espera obter uma pequena comissão de cin­co por cento, cuidado! Isso irá espantar o poder de Deus de seu espírito. Você precisa determinar que nunca irá aceitar qualquer glória, mas cuidar para que Deus a receba toda.

Esses Cinco Votos Necessitam ser Escritos em Nosso Próprio Sangue

A coisa mais simples possível é apresentar uma mensagem como esta. O realmente di­fícil é pôr isso em prática em nossa própria vida. Relembre que esses cinco votos não são alguma coisa que se deva escrever na capa da Bíblia para, depois, esquecê-los. Necessitam ser escritos em nosso próprio sangue. Têm de ser votos finais, irrevogáveis. Ficarem apenas na superfície não é suficiente. Muito de nos­sa consagração é assim, apenas superficial. Não pode ser assim. Não! Que esses votos venham das profundezas de seu coração, das maiores profundezas de seu espírito.

Esses votos são contrários à antiga nature­za humana. Eles introduzem a cruz em nossa vida. E ninguém jamais pôde recuar depois de ter tomado sua cruz – ninguém, jamais. Quando um homem toma a cruz, já disse adeus. Já fechou as gavetas de sua escrivani­nha e disse adeus à esposa e aos filhos. Ele nunca mais voltará. O homem com a cruz nunca retorna. Quando fizer esses votos, relembre-se: eles introduzem a cruz em sua vida, ferem no coração sua vida centrada no ego, e nunca mais haverá lugar para retorno. E digo eu: “Ai dos levianos!”

No Brasil – e talvez em outros lugares tam­bém – muitas pessoas estão dizendo:

“Expe­rimentem Jesus, experimentem Deus!” Levianos, experimentadores, provadores é o que eles são. São como um coelho que conta com doze buracos de saída, para que, caso um seja obstruído, possa fugir pelo outro! Não! Da cruz não há lugar para fugir. Ninguém pode “experimentar” Jesus. Ele não está a disposi­ção de ninguém para ser testado. Cristo não está sob teste. Você está. Eu estou. Ele não! Deus O ressuscitou de entre os mortos e para sempre confirmou Sua deidade e O selou e entronizou à Sua mão direita como Senhor e Cristo. Entregue tudo a Ele e notará que sua vida começará a ser elevada. Você florescerá de maneira maravilhosa.

Por uma Vida mais Poderosa

Porém, se você, por acaso, for um daqueles sobre quem Deus impôs a mão para uma vida mais profunda, para uma vida mais poderosa, para uma vida mais plena, então eu pergunto se está disposto a fazer uma oração como esta:

“O Deus, glorifica-Te a Ti mesmo à minha custa. Envia-me a conta – qualquer que for, Senhor. Eu não estabe­leço o preço. Não tentarei voltar atrás nem barganhar. Glorifica a Ti mesmo. Eu arcarei com as conseqüências”.

Esse tipo de oração é simples, mas é pro­funda, maravilhosa e poderosa. Eu creio que se você puder fazer uma oração como essa, ela será a rampa de onde poderá ser lançado às maiores alturas e aos céus mais azuis nas coisas do Espírito.

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Fonte: Capítulo 1 – Cinco votos para obter poder espiritual

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