Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Gálatas 2:20.
Temos nessas palavras, em linguagem concisa e clara, o segredo mais profundo da cruz e o caminho infalível de escape ao inimigo e seu poder. Aqui, encontramos novamente o pecador sobre a cruz com Cristo, mas, desta vez, demonstra-se completamente o propósito mais íntimo, mais profundo dessa cruz. A libertação pela morte com Cristo do domínio do pecado, dos desejos da carne, das coisas do presente século mau representa, em todos esses aspectos, o lado negativo, a maneira de escape às coisas que hão dado ao adversário seu domínio sobre nós. Mas, agora vemos o verdadeiro propósito do Senhor ao levar o pecado à cruz. É para que Cristo – o Cristo vivo – possa viver no ser que redimiu.
Agora se faz evidente o motivo da amarga luta do inimigo contra a cruz, em seus incessantes esforços por manter o crente nas cadeias do pecado, da carne e do mundo. O príncipe das trevas não se importa com os filhos de Deus, mas teme seu conquistador – aquele que o destruiu sobre a cruz – e teme a hora em que a verdade ilumina o ser redimido e o Cristo vivo se apodera da alma.
O apóstolo Paulo conheceu este segredo e assim expressou seu ardente desejo de que seus crentes o experimentassem em suas vidas: Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós. Gálatas 4:19. Mas tão intensamente como Paulo o anelava, o inimigo o temia, pois sabia que, uma vez entendido o segredo da cruz e da vida de Cristo no crente, este conheceria o modo de escapar de seu poder e de manter-se, pelo poder de Deus, no lugar onde o maligno não lhe toca.
Não mais eu – é o ponto chave desta libertação. O “eu”, o homem mesmo, submerso, por assim dizer, em Cristo sobre a cruz, para dar lugar ao Cristo ressurreto; para que ele habite ali e viva a Sua vida em seu lugar! O “eu” – não somente morto para o pecado, para a carne e para o presente século mau, mas o próprio “eu” crucificado. Negue-se a si mesmo e tome a sua cruz, disse o Senhor aos seus discípulos, O “eu” o “eu” pessoal sobre a cruz de Cristo, para daqui por diante não mais ser tomado em conta, nem reconhecido, nem ter lugar, nem privilégios e considerações. Quando a alma compreende este significado do Calvário, o Espírito Santo a faz experimentar o poder da cruz no que diz respeito às raízes mesmas do ser, para que Cristo possa ser manifestado interiormente, e a vida de Jesus possa manifestar-se no corpo mortal.
Completa Liberdade
A verdade é que há profundidades na morte de Cristo – profundidades abismais – que nenhum ser humano pode sondar. Batizados em sua morte não é uma simples figura! Sua morte teve lugar na cruz. O Cristo ali pendurado tinha potencialmente em Si todos os que creriam nele, e seriam batizados em sua morte. O Espírito de Deus precisa descobrir aos olhos do crente estas profundezas do Calvário, e plantá-lo cada vez mais profundamente na morte de Cristo, Assim serão despedaçadas mais e mais as cadeias do pecado; os desejos da carne, crucificados; as coisas do presente século mau, dissipadas à medida que o crente se encontra unido pelo Espírito Santo, em verdadeira identificação, com o crucificado na sua cruz. A identificação não é uma suposição, senão um fato espiritual real, que precisa ser atualizado em cada remido, por obra do Espírito Santo. Uma verdadeira união com Cristo na sua morte tem, forçosamente, que preceder uma verdadeira união com ele em vida.
Não há meras teorias no tratamento de Deus com o mundo. Cada palavra que ele usa nas escrituras, sobre o Calvário e a morte do crente em Cristo, representa uma verdade espiritual que deve atualizar-se no crente rendido ao Espírito Santo. Só assim será ele verdadeiramente libertado e transportado para o domínio do Espírito em Cristo Jesus. A justiça imputada ao pecador perdoado deve ser-lhe comunicada pela operação interior do Espírito eterno.
Aquilo que estou crucificado com Cristo significou para Paulo está contido nas palavras seguintes: e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus – uma vida vivida em contínua submissão ao Cristo vivo que nele habitava; tomando dele. Todas as coisas, e não de alguma origem em si mesmo.
Esta é a liberdade que o Calvário oferece e que o inimigo tanto teme, porque põe o crente fora de seu alcance, escondendo-o no Senhor crucificado. O segredo da cruz abre o caminho para que Cristo mesmo se apodere do vaso humano e manifeste nele sua vida e seu poder.
Revista Reavivamento, 1956
Oro a Deus para que todos os livros de Jesse Penn lewis seja traduzidos em português e esteja ao alcance de todos na iternet A PAZ!!!
Realmente os livros de Jessie Penn-Lewis fazem muita falta, principalmente neste tempo de tanta escassez de alimento sólido. Em português tenho os seguintes livros dela: A Cruz, o Caminho Para o Reino e Guerra Contra os Santos – Tomo I e II.
No entanto, uma ótima opção para quem quer ler livros que tratem da questão do madeiro do Messias e sua importância para o livramento do poder do pecado, são os livros de Watchman Nee (que foi muito influenciado pelos escritos de Jessie Penn-Lewis). Dentre eles eu sugiro: O Homem Espiritual (Volume 1, 2 e 3); A Cruz; A Vida que Vence.