Sobre a Paciência

“Ora, a perseverança (paciência) deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” (Tiago 1:4)

1. “Meus irmãos”, diz o Apóstolo, no verso precedente, “tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações”. À primeira vista, isso pode parecer uma direção estranha, vendo que muitas tentações são “para o presente, não motivo de alegria, mas de aflição”. Não obstante, nós sabemos, por nossa própria experiência, que “o processo de nossa fé produz paciência”. E se “a paciência tem sua obra perfeita, deverá ser perfeita no todo, não necessitando de mais nada”.

2. Não é para alguma pessoa em particular, ou mesmo igreja, que o Apóstolo dá essa instrução, mas a todos os que são cúmplices de tal fé preciosa e buscam a salvação comum. Por mais tempo que qualquer um de nós esteja na terra, está na região das provações. Ele que veio ao mundo para salvar seu povo do próprio pecado, não veio para salvá-los das provações. Ele mesmo “não conheceu o pecado”; ainda assim, enquanto ele esteve nesse vale de lágrimas, “ele sofreu sendo tentado”, e nisso, também “deixou-nos o exemplo de que nós podemos trilhar os seus passos”. Nós estamos sujeitos às milhares de tentações, do corpo corruptível, que, de maneira variada, afetam a alma.

3. A alma em si mesma, rodeada como ela é com fraquezas, expõe-nos a dez mil mais. E quantas são as tentações, as quais nós encontramos, até mesmo dos homens de bem (tais, pelo menos, que estão, em parte, no temperamento geral deles), com quem nós somos chamados a conviver dia a dia! E quais são essas provações que podemos esperar encontrar do mundo que jaz na malignidade? Vendo que todos nós, em efeito, “moramos com Meseque e temos nossa habitação nas tendas de Quedar”. Acrescentando a isso que os mais perigosos de nossos inimigos não são aqueles que nós assaltam abertamente. Não os anjos que se opõe à nossa marcha e que nos sobrepujam com força: nossos segredos, declarados e eternos adversários, incontáveis, invisíveis! Porque não é nosso “adversário, o mau, como um leão que ruge”, com todas as suas legiões do inferno, continuando ainda a “buscar por aqueles a quem possa devorar”. Essa é a circunstância de todos os filhos dos homens; sim, e de todos os filhos de Deus, tanto quanto seja a curta estadia deles nessa terra estranha. Entretanto, se nós não investimos contra elas, propositada e cuidadosamente, nós certamente “cairemos em diversas tentações”, inumeráveis como as estrelas dos céus, e essas, de mil maneiras complicadas e variadas. Mas ao invés de ver tudo isso como uma perda, como os descrentes poderiam fazer, “devemos ver com toda a alegria, sabendo que esse é o exercício de nossa fé”, mesmo quando ela é “experimentada com fogo”, “trabalhando a paciência”. Mas “deixando que a paciência faça sua obra perfeita, nós seremos perfeitos e inteiros, não necessitando de coisa alguma”.

4. Mas o que é a paciência? Nós agora não estamos falando da virtude pagã, nem da indolência natural, mas do temperamento cortês, forjado no coração do crente, pelo poder do Espírito Santo. Essa é a disposição para suportar o que quer que agrade a Deus, da maneira e pelo tempo que Ele quiser. Nós, por meio disso, mantemo-nos no meio caminho, menosprezando nossos sofrimentos, fazendo pouco deles, passando por eles superficialmente, como se eles fossem devido às causas eventuais ou segundas causas; ou, por outro lado, ficando afetados ao máximo, enervados, desmotivados, afundando-nos neles. Nós podemos observar que o objeto apropriado da paciência é o sofrimento, tanto do corpo como da mente. Paciência não implica não sentir isso: ela não é apatia ou insensibilidade. Ela está extremamente distante da estupidez estóica e de igual distância do mau humor ou abatimento. O crente perseverante é preservado de cair nesses extremos por considerar: Quem é o autor de todo seu sofrimento? Deus, seu Pai! E qual é o motivo dele nos trazer sofrimento? Não tão próprios de sua justiça e amor? Qual é a finalidade dele? É para nosso “proveito, para que sejamos participantes de sua santidade!”.

5. Muito proximamente relacionado à paciência é a mansidão, se não for a melhor forma dela. E por que a mansidão não pode ser definida como paciência das injustiças, particularmente, insultos, repreensão ou censura injusta? Porque Ele nos ensina a não pagarmos o mal com o mal, ou insultos com insultos, mas, ao contrário, com bênçãos. Nosso bendito Senhor, ele mesmo, parece colocar um valor peculiar nesse temperamento, e nos chama para aprendermos com Ele, para que possamos encontrar descanso para nossas almas.

6. Mas o que podemos entender pela obra da paciência? “Deixe a paciência fazer a sua obra perfeita”. Ela parece significar, deixe-a ter seus frutos ou efeitos completos. E quais são os frutos que o Espírito de Deus está acostumado a produzir, além desse, no coração do crente? Um fruto imediato da paciência é a paz! A doce tranqüilidade da mente, a serenidade do espírito, que nunca será encontrado, a menos onde reina a paciência. E essa paz, freqüentemente, ergue-se em alegria. Mesmo no meio de provações várias, aqueles que capacitados para “na paciência possuir suas almas”, podem testemunhar não apenas quietude de espírito, mas triunfo e exultação. Eles se estendem nas trilhas brutas da natureza obstinada sempre, e trazem um pouco do céu para dentro de cada peito.

7. Quão intenso é o relato que o Apóstolo Pedro dá, não apenas da paz e alegria, mas da esperança e amor, que Deus trabalha naqueles sofredores pacientes “que são mantidos pelo poder de Deus, através da fé na salvação!”. De fato, ele parece aqui ter um único olho para essa mesma passagem de Tiago: “embora vocês sejam afligidos, por um período, com múltiplas provações; que a prova de sua fé possa ser edificada para louvar, e honrar e dar glórias, diante da revelação de Jesus Cristo; a quem, não tendo visto, ama; em quem, embora você não veja, ainda acredita, ainda regozija-se, com alegria inexprimível e completa de glória”. Veja aqui a paz, a alegria e o amor que, através do onipotente poder de Deus, são os frutos ou “obras da paciência!”.

8. E como a paz, a esperança, a alegria e o amor são os frutos da paciência, todos brotando dela e confirmados por ela, assim é também a coragem racional e genuína que, de fato, não pode subsistir sem a paciência. A coragem brutal, ou melhor, da fúria de um leão pode, provavelmente, nascer da impaciência, mas a firmeza e a coragem de um homem nascem, justamente, do temperamento contrário. O zelo cristão é igualmente confirmado e cresce pela paciência, Da mesma forma é a diligência, em toda boa obra; o mesmo Espírito incitando-nos a sermos pacientes ao suportar as aflições, e fazendo o bem, o que nos leva igualmente a, de boa-vontade, fazer e suportar a vontade de Deus.

9. Mas qual é a obra perfeita da paciência? Ela é alguma coisa menos do que o “amor perfeito de Deus”, constrangendo-nos a amar toda a alma humana, “como Cristo nos amou”?. Não é ela a religião total, a mente total “que também estava em Jesus Cristo”?. Não é ela “a renovação de nossa alma, na imagem de Deus, na qual semelhança nós fomos criados?”. E não é o fruto disso, a sujeição de nós mesmos, corpo e espírito para Deus, inteiramente, desistindo de tudo que somos, temos ou amamos, como um sacrifício santo e aceitável a Deus, através do Filho de seu amor? Parece que isso é “a obra perfeita da paciência”, conseqüência da prova de nossa fé.

10. Mas como essa obra difere da obra da graça que é forjada em todo crente, quando ele encontra redenção no sangue de Jesus, e mesmo a remissão de seus pecados? Muitas pessoas que não são apenas justa de coração, mas que temem, e que, além disso, amam a Deus, não têm falado com cautela sobre esse assunto, não de acordo com a palavra de Deus! Elas têm falado das obras de santificação, como se diferisse inteiramente daquela que é forjada na justificação. Mas esse é um erro grande e perigoso. E que tem uma tendência natural de fazer-nos subestimar a obra gloriosa de Deus que foi forjada em nós, quando fomos justificados: considerando que nesse momento, quando nós fomos justificados livremente pela sua graça, quando aceitamos, através do Amado, que somos nascidos novamente, nascidos do alto, nascidos do Espírito. E que, quando nascidos do Espírito, há uma grande mudança forjada em nossas almas, assim como ela foi forjada em nossos corpos quando nós nascemos de uma mulher, uma mudança geral, do pecado interior para a santidade interior. Do amor da criatura para o amor do Criador, do amor do mundo, no amor de Deus. Dos desejos mundanos, da carne, dos olhos e do orgulho da vida, mudados, naquele momento, pelo onipotente poder de Deus, em desejos divinos. Quando o vendaval de nossa vontade é interrompido na metade do caminho e mergulha na vontade de Deus. Quando o orgulho e a arrogância são diminuídos na humildade do coração, assim como a raiva, com todas as paixões turbulentas e indisciplinadas, para a calma, a mansidão e a gentileza. Em uma palavra: quando a mundana e sensual mente diabólica dá lugar à “mente que estava em Cristo Jesus!”.

11. “Mas o que mais, além disso, pode ser incluído na santificação completa?”. Ela não subentende alguma nova espécie de santidade? Não permita que homem algum imagine isso. Do momento em que somos justificados até que nós desistamos de nosso espírito para Deus, o amor é o alicerce da lei, de toda a lei bíblica, que toma o lugar da lei de Adão, quando a primeira promessa da “semente da mulher” foi feita. O amor é a soma da santificação cristã, é um tipo de santidade que é encontrado, nos vários graus, nos crentes que são distinguidos por João em: “pequenas crianças, homens jovens, e pais”. A diferença entre um e o outro, propriamente, situa-se nos estágios de amor. E nisso há uma grande diferença no sentido espiritual, tanto quanto no sentido natural, entre pais, homens jovens e bebês. Cada um que é nascido de Deus, embora ele seja ainda apenas “um bebê em Cristo”, tem o amor de Deus em seu coração, o amor a seu próximo, juntos com humildade, mansidão e resignação. Mas tudo isso está, então, em diversos níveis, em proporção aos degraus de sua fé. A fé de um bebê em Cristo é fraca, geralmente misturada com dúvidas e medos, com dúvidas se ele é merecedor, ou medo de que ele não possa perseverar até o fim. E se, para prevenir essas dúvidas perplexas ou para remover aqueles medos atormentadores, ele se apoderar da opinião de que o verdadeiro crente não naufraga na fé, a experiência irá mostrar, cedo ou tarde, que essa é meramente o esteio de uma pessoa em quem não se pode confiar, e que, no momento, longe de alicerçá-lo, estará na sua mão, mas vai trespassá-la. Mas para retornar: Na mesma proporção em que ele cresce na fé, ele cresce na santidade, ele amplia-se em amor, humildade e mansidão, em todas as partes da imagem de Deus, até que agrade a Deus, antes que ele seja totalmente convencido do pecado inerente, da corrupção total de sua natureza, levá-lo embora, purificando seu coração e limpando-o da iniqüidade, para preenchê-lo com a promessa que ele fez primeiro ao povo antigo dele, e neles, para o povo de Deus, em todos os tempos: “Eu irei circuncidar teu coração, e o coração de tua semente, para que ames o Senhor teu Deus, com todo teu coração e com toda a tua alma”.

Não é fácil compreender qual a diferença que há entre o que ele experimenta agora e o que ele experimentou anteriormente. Até que essa mudança universal fosse forjada em sua alma, toda sua santidade esteve misturada. Ele era humilde, mas não inteiramente; sua humildade estava misturada com orgulho. Ele era manso, mas sua mansidão era, freqüentemente, interrompida pela ira ou algumas paixões complicadas e turbulentas. Seu amor a Deus era, freqüentemente, amortecido pelo amor de algumas criaturas; o amor de seu próximo, pela suspeita diabólica, a algum pensamento, se não temperamento, contrário ao amor. Sua vontade não estava completamente misturada na vontade de Deus. Embora, em geral, ele pudesse dizer: “eu vim, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade Dele que me enviou”, ainda assim, até agora, a natureza rebelou-se, e ele não pode dizer claramente: “Senhor, não como eu desejo, mas como tu desejas!”. Sua alma é agora consistente consigo mesma, não existem laços dissonantes. Todas as suas paixões fluem continuamente, com o mesmo teor para Deus. Não existe a mistura de quaisquer afeições contrárias. Tudo é paz e harmonia. Sendo preenchido com amor, não existe mais interrupção dele do que a batida de seu coração, e o amor contínuo trazendo alegria no Senhor, ele se regozija cada vez mais. Ele conversa continuamente com o Deus a quem ele ama, a quem, em todas as coisas, agradece. E como ele agora ama a Deus com todo seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua mente e com todas as suas forças, então Jesus agora reina sozinho em seu coração, o Senhor de todo o movimento que existe lá.

12. Mas pode ser inquirido: De que maneira Deus opera essa mudança inteira e universal na alma do crente? Essa estranha obra, que tantos não irão acreditar, embora nós declaremos isso neles? Ele opera gradualmente, por degraus vagarosos, ou instantaneamente, de um momento para o outro? Quantas não são as disputas sobre esse assunto, mesmo entre os filhos de Deus! E haverá, depois de tudo o que sempre foi ou possa ser dito a respeito dele. Porque muitos irão ainda dizer com o judeu famoso, “Tu não podes me persuadir, embora tu já tenhas me persuadido”. E eles irão ser ainda mais resolutos nisso, porque as Escrituras é silenciosa a respeito do assunto, porque o ponto não é determinado, pelo menos não em termos expressos, em todas as partes dos escritos de Deus. Cada homem, entretanto, pode abundar-se em seu próprio entendimento, contanto que permita a mesma liberdade a seu próximo, contanto que ele não se ire com aquele que difere de sua opinião, nem nutra pensamentos duros concernentes a ele. Permita-me acrescentar, igualmente, uma única coisa mais: Seja a mudança instantânea ou gradual, veja que você nunca descanse até que ela seja forjada em sua própria alma, se você deseja morar com Deus na glória.

13. Isso estabelecido como premissa, com o objetivo de lançar quanta luz eu puder nessa questão interessante, eu irei simplesmente relatar o que eu mesmo tenho visto, no curso de muitos anos. Quarenta e quatro ou quarenta e cinco anos atrás, quando eu não tinha uma visão distinta do que o Apóstolo queria dizer por nos exortar a “abandonar os princípios da doutrina de Cristo e ir a busca da perfeição”, duas ou três pessoas, em Londres, que eu sabia serem verdadeiramente sinceras, pediram-me para dar-me um relato de suas próprias experiências. Isso me pareceu excessivamente estranho, diferente de qualquer coisa que eu tivesse ouvido antes, mas exatamente similar ao relato precedente da santificação completa. No ano seguinte, mais duas ou três pessoas, em Bristol, e duas ou três, em Kingswood, vindo até mim diversas vezes, deram-me os mesmo relatos de suas experiências. Alguns poucos anos antes, eu pedido a todos aqueles, em Londres, que tivessem a mesma declaração, para se reunirem, na Fundição, eu estaria completamente satisfeito. Eu pedi que aquele homem de Deus, Thomas Walsh, fosse nos encontrar lá. Quando nós nos reunimos, primeiro um de nós e, então, o outro, perguntamos a eles as questões mais pertinentes que pudemos fazer. Eles responderam, cada um, sem hesitação, e com a mais extrema simplicidade, de modo que nós fomos completamente persuadidos de que eles não estavam iludidos com eles mesmos.

Nos anos 1759, 1760, 1761 e 1762, o número deles multiplicou grandemente, não apenas em Londres e Bristol, mas em várias partes da Irlanda, bem como da Inglaterra. Não confiando no testemunho de outros, eu cuidadosamente examinei a maioria desses, e, em Londres apenas, eu encontrei seiscentos e cinqüenta e dois membros de nossa Sociedade, que foram excessivamente claros em suas experiências e de cujos testemunhos eu não vi razão para duvidar. Eu acredito que nenhum ano se passou, desde esse tempo, na qual Deus não tem forjado a mesma obra em muitos outros, mas, algumas vezes, em uma parte da Inglaterra ou Irlanda; algumas vezes, em outra, como “o vento que sopra, onde quer” — e, cada um desses (depois de cuidadosa inquisição, eu não encontrei alguma exceção, tanto na Grã Bretanha ou Irlanda) tem declarado que sua libertação do pecado foi instantânea, que a mudança foi forjada imediatamente. Tivesse metade desses, ou um terço, ou um, em vinte, declarado que ela foi gradualmente forjada neles, eu teria acreditado nisso, com respeito a eles, e pensado que alguns foram gradualmente santificados, e alguns, instantaneamente. Mas, como eu não tenho encontrado, nesse grande espaço de tempo, uma pessoa sequer falando assim, como todos aqueles que acreditam que foram santificados, diz ter sido, comumente, se não sempre, uma obra instantânea, eu não posso deixar de acreditar que a santificação é comumente, se não, sempre, um trabalho instantâneo.

14. Mas, como quer que essa questão seja decidida, se santificação, no sentido completo da palavra, é forjada, instantaneamente ou gradualmente, como nós podemos atingi-la? “O que podemos fazer”, diz o judeu a nosso Senhor “para que possamos operar as obras de Deus?”. Sua resposta irá adequar-se àqueles que perguntam, o que podemos fazer para que a obra de Deus seja forjada em nós? “Esse é a obra de Deus, que você que acredite Nele, quem ele tem enviado”. Dessa única obra, todas as outras dependem. Acreditar em nosso Senhor Jesus e toda sua sabedoria, e poder, e fidelidade estarão comprometidos do teu lado. Nisso, como em todas as outras instâncias, “pela graça nós somos salvos, através da fé”. Santificação também “não é das obras, a fim de que algum homem possa ostentar”. “Ela é o dom de Deus” e é para ser recebida pela fé clara e simples. Supondo que você esteja agora trabalhando para “abster-se de toda a aparência do mal, zeloso das boas obras”, e caminhando, diligente e cuidadosamente, em todas as ordenanças de Deus, há, então, apenas um ponto remanescente, a voz do Senhor para sua alma: “Crê e serás salvo”. Primeiro: Acredite que Deus tem prometido salvá-lo de todo pecado e preencher você com toda santidade. Segundo: Acredite que ele é capaz assim “de salvar, até a última gota, todo aquele que vem até Deus, através Dele”. Terceiro: Acredite que ele está disposto, assim como é capaz de salvar você ao extremo, para purificá-lo de todo o pecado e preencher seu coração com amor. Quarto: Acredite que ele seja capaz de fazê-lo agora. Não quando você morrer, não daqui a algum tempo, não para amanhã, mas para hoje. Ele irá então capacitar você para acreditar que isso possa ser feito de acordo com Sua palavra. E, então, “a paciência poderá fazer sua obra perfeita, que você possa ser perfeito e inteiro, não necessitando de coisa alguma!”.

15. “Você, então, será perfeito”. O Apóstolo parece querer dizer por essa expressão que você poderá ser totalmente liberto de toda obra má, de toda palavra má, de todo pensamento pecaminoso, sim, de todo desejo mau, paixão, temperamento, de toda a corrupção inata, de todos os remanescentes da mente carnal, de todo o corpo do pecado, e você deverá ser renovado, no espírito de seu entendimento, em todo temperamento correto, em busca da imagem Dele que o criou, na retidão e verdadeira santidade. Você deverá ser inteiro. (A mesma palavra que o Apóstolo usa para os cristãos, em Tessalonicense 5:23: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”). Isso parece referir-se não muito às formas, assim como para os graus de santidade, como se ele tivesse dito: “Você pode desfrutar como o grau alto da santidade, como é consistente com seu estado presente de peregrinação” — e você deverá necessitar de nada, Ele sendo seu Pastor, seu Pai, seu Redentor, seu Santificador, seu Deus e seu Tudo, alimentando você com o pão dos céus e dando a você alimento suficiente. Ele irá conduzir você adiante, junto a águas tranqüilas, e mantê-lo em todo o momento, de maneira que, amando a Ele, com todo o seu coração (que é a soma de toda a perfeição), você irá “regozijar-se sempre mais, orando sem cessar, e em todas as coisas dando graças”, até que “uma entrada abundante seja ministrada, em você, no Seu Reino eterno”.

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